Polícia

Acusado de matar vereador manteve a vítima agonizando por quatro horas

João Urtiga/Alagoas 24 Horas

Coletiva na SSP esclareceu detalhes da morte de Silvânio Barbosa

Uma entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (10) pelo aparelho de segurança do Estado forneceu detalhes do crime bárbaro que resultou na morte do vereador Silvânio Barbosa, 45 anos, ocorrida na última quinta-feira (6) dentro do apartamento do edil no Residencial Central Park, no Complexo Benedito Bentes.

Silvânio Barbosa foi esfaqueado 26 vezes por Henrique Matheus da Silva Sousa, 18 anos, natural de Pombal (PB) e que veio a Maceió para comercializar cadeiras. Segundo a polícia de Alagoas, neste momento está descartada a participação de outros suspeitos no crime brutal, que mobilizou a classe política e a comunidade do Benedito Bentes.

Para a polícia, o principal objetivo do acusado era roubar o veículo do vereador, o Honda Civic de cor branca e placa QLH 7999/AL. Ironicamente, o veículo foi fundamental para a localização do suspeito. Henrique Matheus chegou a Alagoas neste domingo (9) e foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da justiça do Estado.

João Urtiga/Alagoas 24 Horas

Delegado Fábio Costa durante coletiva

Vários fatores contribuíram para a rápida elucidação do crime, entre eles, a preservação da cena do crime e uma ligação realizada por Silvânio para o número de Matheus Henrique, cujo DDD é da Paraíba. Segundo o delegado Medson Maia, assim que descobriu o crime, os assessores de Silvânio isolaram o apartamento e acionaram a polícia. No apartamento, a polícia recolheu digitais, pegadas de sangue, além de DNA. Todo material será comparado com a vítima e assassino confesso. O laudo deve ser divulgado em 20 dias, segundo o perito Vitor Portela, do Ministério da Justiça.

Ainda segundo a polícia, Silvânio foi buscar o próprio assassino na residência dele, após uma ligação telefônica por volta das 20h da quinta. Já no apartamento, o acusado teria aproveitado um momento em que Silvânio saía do quarto, quando desferiu um golpe no pescoço. Após a queda, o assassino ainda desferiu outros 25 golpes.

Neste momento o crime ganha ares de suplício. Silvânio ainda teria gritado por ajuda, chamando a atenção do síndico do prédio, mas foi obrigado pelo algoz a dizer que estava tudo bem. Por quatro horas, Matheus Henrique manteve o vereador sobre seu julgo, forneceu água, travesseiro e até um ventilador, até que a vítima morreu.

Perícia oficial

Pegadas do assassino foram encontradas no local

Após concretizar o crime, Matheus Henrique fugiu no veículo da vítima. A caminho de Pombal, ele teria descartado a arma – uma faca peixeira – assim como a calça que usava, manchada de sangue. Esse material não foi recuperado.

Fábio Costa, delegado da Homicídios, afirmou que o crime foi premeditado, uma vez que ele teria usado uma roupa específica para esconder a arma usada no assassinato. Além do veículo, Matheus Henrique ainda roubou celulares, relógios, joias e mais de R$ 10 mil em espécie.

Matheus Henrique deve ser denunciado pelo crime de latrocínio (matar para roubar). Todos os delegados envolvidos na investigação foram unânimes em destacar o caráter frio da personalidade do assassino. Apesar de não possuir ficha criminal, a polícia não descarta que Matheus Henrique tenha cometido outros crimes.

 

 

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