Presidente Otávio Praxedes ressaltou que a cooperação demonstra o olhar do Judiciário para as pessoas que mais precisam
Pessoas acusadas em processos criminais que tenham problemas com uso de álcool e outras drogas poderão ser encaminhadas para grupos de autoajuda para se tratar do vício. O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Otávio Leão Praxedes, assinou termos de cooperação com os Alcoólicos Anônimos e os Narcóticos Anônimos, nesta quarta-feira (12).
Os réus que aceitarem serão encaminhados pelo juiz do processo, e a sua frequência às reuniões do grupo serão monitoradas. Uma comissão para a implantação do “Programa Cooperando” será designada nesta quinta-feira.
Otávio Praxedes ressaltou que a parceria demonstra o olhar do Judiciário para as pessoas que mais precisam. “É um projeto de grande significado social, que será reconhecido nacionalmente, no futuro, eu acredito. Dará uma oportunidade àqueles que receberam uma reprimenda judicial, para que possam ter condições de retornar ao convívio social. É um tratamento não só psicológico, mas humanitário”.
O corregedor-geral de Justiça, Paulo Barros da Silva Lima, também assinou os termos, e parabenizou os juízes e servidores engajados no projeto. “Nós precisamos difundir atos dessa natureza, precisamos sempre pregar a misericórdia”, disse.
Principal articulador do projeto, o juiz Maurílio Ferraz agradeceu o apoio da Presidência. “Os Alcoólicos e os Narcóticos Anônimos são benfeitores da sociedade. Têm mudado vidas, salvado famílias. Quando o juiz voltar a conversar com essas pessoas (após o tratamento), vai verificar que o caminho é esse”.
O psicoterapeuta Paulo Campos afirma que, ao adotar essa prática, o Judiciário de Alagoas é pioneiro no Brasil. “É um modelo que já deu certo em países como os Estados Unidos, que há mais de cinco décadas têm resultados positivos”, destacou Paulo.
“Estamos bastante felizes em participar desse projeto, para que mais pessoas possam ter a oportunidade de encontrar o que nós encontramos: uma nova maneira de viver e nos tornarmos membros responsáveis da sociedade”, agradeceu o representante dos Narcóticos Anônimos.
O representante dos Alcoólicos Anônimos afirmou esperar que a parceria salve vidas. “A nossa esperança é que esse pessoal comece a entender o seu problema de alcoolismo, e por sua própria vontade, deseje fazer parte de nossa irmandade. Nos só temos a agradecer”.
Participaram da solenidade o desembargador João Luiz Lessa e os juízes Paulo Zacarias, José Miranda Neto, Cláudio José Lopes, Fátima Pirauá, Henrique Teixeira, Ygor Figueirêdo e Hélio Pinheiro.