Prova será aplicada no primeiro dia de exame
A pouco menos de dois meses da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontecem nos dias 04 e 11 de novembro, é importante dedicar parte do tempo para revisar os conteúdos e buscar informações sobre atualidades. Além de auxiliar os estudantes nas questões mais interpretativas, saber o que acontece ao redor contribui também para realização de uma boa prova de redação.
No Enem 2018, a avaliação será aplicada no primeiro dia. A nota máxima equivale a 1.000 pontos. Para alcançá-la, o participante deverá seguir as orientações fornecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e realizar a “produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política”.
Além de discorrer sobre o assunto, o participante deverá considerar os seguintes pontos durante a construção da redação Enem 2018:
Para não ser pego de surpresa, a preparação é a principal chave para o bom desempenho. E, quando se trata de uma das provas mais temidas de todo o exame, uma das sugestões é ler constantemente jornais e revistas, livros e diversos outros conteúdos informativos. Feito isso, que tal começar a praticar a escrita? Confira abaixo alguns possíveis temas para redação 2018 do Enem:
1. Fake News
A proliferação de Fake News é um dos possíveis temas com a proximidade das Eleições Gerais 2018 no Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem realizado parcerias para barrar notícias falsas. Recentemente, também por conta do pleito brasileiro, o Facebook desativou uma rede de notícias falsas no país com cerca de 196 páginas e 87 contas que juntas reuniam mais de 1,5 milhão de seguidores. A rede social também atuou internacionalmente a fim de “proteger” as eleições nacionais desativando contas em países como França, Alemanha, México e também no estado americano do Alabama (EUA).
Outro acontecimento importante foi a divulgação de notícias falsas após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, em março de 2018, quando diversos boatos foram criados sobre a sua vida pessoal. O Facebook novamente desativou páginas que espalharam os boatos.
Internacionalmente, o tema também teve repercussão. O principal motivo foi a ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, eleito após derrotar Hillary Clinton nas urnas mesmo quando diversas pesquisas apontavam para a vitória da candidata. Segundo divulgou na época o BuzzFeed, nos últimos três meses de campanha, 20 histórias falsas de blogs e sites supostamente informativos foram responsáveis por 8,711 milhões de compartilhamentos, reações e comentários. Em paralelo, 20 notícias reais alcançaram menos de 7,5 milhões de engajamentos.
No ano seguinte, as Nações Unidas lançaram a Declaração Conjunta sobre Liberdade de Expressão e Notícias Falsas (Fake News), Desinformação e Propaganda, que pontua um dos grandes dilemas da sociedade da informação atualmente: lidar com boatos que diminuem a credibilidade da imprensa e interferem no direito à informação, e, ao mesmo tempo, evitar que sejam utilizados como argumento para a promoção da censura.
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2. Bullying
O comportamento de crianças e adolescentes está sempre entre os temas de interesse da população e desperta atenção especial de pais e educadores. Em todo o mundo, cerca de 150 milhões de estudantes, entre 13 e 15 anos, já vivenciaram experiências de bullying na escola. A informação consta no relatório sobre violência escolar produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que foi divulgado nas últimas semanas. Ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), o órgão sinalizou ainda que 17 milhões de adolescentes afirmaram já ter intimidado colegas em instituições de ensino.
Relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) aponta que 17,5% dos estudantes brasileiros, de aproximadamente 15 anos, chegaram a sofrer bullying pelo menos uma vez no mês no ambiente escolar. A informação é relevante para que pais, educadores e instituições de ensino planejem estratégias para lidar com a questão em todas as esferas sociais.
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3. Saúde pública e a reaparição de doenças erradicadas
Desde 1998, quando aconteceu a primeira edição do exame, o tema “saúde pública” no país não chegou a ser abordado diretamente. Doenças que estiveram no auge nos séculos XX e XIX, no Brasil, estão de volta e preocupam especialistas em saúde pública. É o caso da Febre Amarela, Malária e o Sarampo. Essa última já estava erradicada no país desde 2016, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), mas em julho de 2018 já registrava 995 casos somente nos estados de Roraima e Amazonas.
A Poliomielite também está entre as doenças que preocupam as autoridades. Segundo o Ministério da Saúde, apenas os estados de Rondônia, Espírito Santo e do Distrito Federal não têm locais de risco. São Paulo tem mais de 40 cidades em estado de alerta contra a doença. Municípios baianos e maranhenses realizaram apenas 15% da cobertura de vacinas necessária.
Outra doença em evidência é a Difteria. Em abril de 2016, países como o Haiti e a Venezuela fizeram notificações de surtos à Organização Mundial de Saúde – essa última registrou 142 mortes e mais de dois mil casos no respectivo ano. No Brasil, já foram registradas seis suspeitas. A enfermidade pode ser abordada no Enem devido ao crescimento de imigrantes venezuelanos em Roraima, na região norte, que fogem da crise no país de origem.
4. Mobilidade Urbana
A mobilidade urbana ainda não foi tema de redação Enem, mas pode ser considerado sempre atual devido aos problemas cada vez mais frequentes registrados nas grandes cidades. Entre os assuntos que podem ser abordados, estão: construção de ciclovias e estímulo ao deslocamento por meio de bicicletas, relação da diminuição de veículos nas ruas com a poluição atmosférica; incentivo ao transporte coletivo e reflexões sobre a qualidade do serviço prestado à população.
5. BNCC x Reforma do Ensino Médio x Enem
Os três tópicos estão diretamente relacionados. A Base Nacional Curricular Comum é o documento que define os conteúdos que deverão ser ensinados nas escolas e fornece orientações sobre quais conhecimentos, competências e habilidades essenciais devem ser aperfeiçoados em cada nível da educação básica. Em abril, o Ministério da Educação entregou a BNCC do ensino médio ao Conselho Nacional de Educação que, desde maio, realiza audiências públicas em cinco cidades do país – uma em cada região.
Já a reforma do ensino médio, implementada por meio de Medida Provisória, foi apresentada em setembro de 2016 pelo Governo Federal com propostas de modificação das disciplinas obrigatórias e ênfase no ensino técnico. Para que seja implementada em caráter definitivo, é preciso que haja a homologação da BNCC, a qual “definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio” segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Art. 35-A)
Quanto ao Enem, o atual ministro da educação, Rossieli Soares, anunciou que o formato do exame deve mudar a partir de 2020 para acompanhar as mudanças do ensino médio propostas pela BNCC.