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Polícia investiga caso de adoção ilegal envolvendo espanhol em Maceió

Ilustração

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Um espanhol, identificado apenas como Antônio, esteve, na manhã desta quarta-feira, 19, na sede da Defensoria Pública Estadual, na Gruta de Lourdes, para prestar esclarecimentos sobre a acusação de tráfico internacional de crianças e da suposta tentativa de adotar ilegalmente um bebê de apenas seis dias de nascido.

O caso  de adoção ilegal foi informado à Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente, na última segunda-feira, 17, pelo Conselho Tutelar da VII Região. Segundo a denúncia, o bebê foi prometido a um casal espanhol pela mãe da criança, que teria fugido da maternidade com o filho após funcionários do hospital perceberem a irregularidade e informar que o caso seria levado ao Juizado da Infância e da Juventude.

Hoje, o espanhol negou as acusações e explicou aos defensores públicos que a mãe da criança não possui família e resolveu ajudá-la, junto com sua esposa, desde o período gestacional.

“Me acusaram de traficar crianças e  de querer comprar a criança. Eu não comprei criança e nem nada. Não tenho passagem comprada para Espanha como falaram não. Sou um homem de Deus, estou no Brasil há 6 anos e trabalho com carteira assinada de pintor e eletricista. Ela é mãe solteira e pediu nossa ajuda. Nós a apoiamos desde a gestação já que não tem família. Apesar desta história, não vamos virar as costas não e vamos seguir ajudando até que se recupere”, contou o espanhol a TV Ponta Verde.

A mãe da criança, que teve a identidade preservada, também negou que estava dando seu filho para adoção e ressaltou que tudo não passou de um mal-entendido. “Em momento algum quis dar meu filho.  Eu moro com um casal de amigos. Eles acompanharam toda minha gestação. A minha amiga me acompanhou sempre e deu entrada comigo na maternidade. Eu tive alta na sexta-feira e neste dia mesmo fui tirar uma dúvida com a assistente social da maternidade que já levou para o outro lado e informou o caso ao Conselho Tutelar”, explicou a mulher.

A mãe da criança, que está no período pós-parto, se emocionou ao dizer que a confusão se iniciou no momento que perguntou a assistente social se poderia incluir o nome da amiga, esposa de Antônio, no registro de nascimento de seu filho, como responsável pelo bebê.

“Perguntei se podia passar o nome da minha amiga como responsável do meu filho e eu como mãe solteira. Eu trabalho fora e ela cuidará do meu filho. Seria se  caso o Conselho Tutelar ou alguma coisa acontecesse com minha amiga o nome dela já estaria no registro. Isto era para não prejudicá-la. Fui tirar só esta dúvida e ela [assistente social] já levou ao Conselho Tutelar”, explicou.

O casal espanhol e a mãe da criança também estiveram na Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente para prestar depoimento sobre o caso.