Interior

‘Poderia ter sido o seu filho’: Rodolfo Amaral volta a sentar no banco do reús

Caio Loureiro

Valéria Hora, mãe de Davi

Depois de ser absolvido em 2014, Rodolfo Câmara Amaral Calheiros volta a sentar no banco dos réus nesta segunda-feira (24) acusado de matar o amigo Davi Hora Barros Omena. No julgamento anterior, o corpo de jurados entendeu que o tiro que matou Davi Hora foi acidental, inocentando Rodolfo Amaral. A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, no entanto, anulou o julgamento.

O novo julgamento acontece hoje no Fórum de São Miguel dos Campos e é presidido pelo juiz Helestron Silva da Costa e teve início com o depoimento da mãe de Davi Hora, Valéria Hora, que se mostra bastante emocionada, após 13 anos da morte do filho durante uma festa de São João, em São Miguel dos Campos. Vestindo uma camisa com a frase “poderia ter sido o seu filho”, Valéria afirma que não foi acidente e que seu filho foi assassinado.

Caio Loureiro

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Além de Valéria Hora, um amigo da vítima e do acusado, Petrúcio Soares Filho, que estava no local, prestou depoimento. Rodolfo Amaral, que sustenta que o tiro foi acidental e que chegou a socorrer Davi Hora, está sendo defendido por Raimundo Palmeira. Já a acusação ficou por conta do promotor Hermani Brito e do advogado Welton Roberto. A previsão é de que o julgamento só se encerre no final da tarde.

Caio Loureiro

Petrúcio Soares Filho, amigo da vítima

Mãe de Davi, Valéria Hora disse que o filho e Rodolfo não eram amigos. “Eu tinha medo de deixar o meu filho ir pra essa festa justamente por não conhecer esse rapaz, que não frequentava nossa casa, não tínhamos nenhuma relação. Meu filho cumpriu o que ele me prometeu, de não deixar ele (Rodolfo) dirigir se tivesse bebido”.

Caio Loureiro

Familiares de Davi Hora se emocionam

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas, o réu, a vítima e mais dois jovens foram a uma festa de São João no município. Segundo depoimentos, Davi Hora e os dois jovens tentaram convencer Rodolfo, que estava embriagado, a não dirigir para Maceió.

O réu se recusou, dizendo “Eu vim dirigindo, vou voltar dirigindo”. Davi teria, então, dito: “Se ele me matar, eu volto para pegar ele”. Rodolfo teria replicado: “Tu mata ninguém, gordinho”. Nesse momento, ele sacou uma arma e efetuou um disparo contra Davi, segundo o MP/AL.