Eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), que concorre à Presidência, votaram portando armas neste domingo de eleição do primeiro turno. Os votos foram filmados e fotografados, o que é crime eleitoral.
Em um dos vídeos, o eleitor segura a arma pelo cabo e usa o cano para digitar o número do candidato. O homem não aparece na imagem, mas exibe a arma para a câmera ao final.
Em uma fotografia, um revólver está posicionado em cima da urna eletrônica enquanto aparece a imagem do voto em Bolsonaro na tela. A fotografia circulou após o compartilhamento de um morador de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul.
Procurado pela reportagem de VEJA, ele negou ser o autor da foto e afirmou que apenas compartilhou a imagem que recebeu em um grupo de Whatsapp. Após o contato, ele apagou as postagens do seu Twitter e Facebook. No entanto, a imagem permanecia no seu Instagram até o fechamento desta matéria. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado não está a par do caso.
No grupo “Mulher Unidas a Favor de Bolsonaro”, uma integrante chegou a escrever: “Alguém sabe se domingo pode ir votar armado?”.
O porte de armas é autorizado no Brasil para categorias que atuam na área de segurança pública, privada e moradores de áreas rurais, mediante registro. No caso de identificação de porte ilegal, como no caso de criminosos, as armas são recolhidas.
O deputado promete que, se eleito, irá liberar o porte de armas à população. Críticos à medida usam o próprio atentado contra o candidato como argumento: se o homem que deu a facada estivesse com um revólver, ele provavelmente não teria sobrevivido. O criminoso tentou comprar uma arma, mas desistiu por causa dos entraves decorrentes do Estatuto do Desarmamento.
Críticos também apontam o risco de tiroteios em massa em áreas como escolas e universidades, como ocorre em algumas regiões dos Estados Unidos.
Ações na bolsa de valores da Taurus, fabricante de armas, subiram 79% desde que Bolsonaro cresceu nas pesquisas e divulga o discurso armamentista.