No próximo dia 28 de outubro, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) voltarão a se enfrentar nas urnas. Até lá, os candidatos à presidência seguirão defendendo suas ideias e propostas para o Brasil. Na Educação, os candidatos precisarão lidar com um cenário não muito promissor. Dados de avaliações mais recentes da educação brasileira mostram que ainda temos muito a melhorar. No último Pisa – avaliação internacional que mede o desempenho educacional dos alunos de 15 anos em 70 países –, realizado em 2015, o Brasil ocupou a 63º posição em ciências, 59º em leitura e a 66º em matemática.
Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad tem 55 anos e é formado em Direito, com especialização em Direito Civil. Mestre em Economia e doutor em Filosofia, é professor universitário da disciplina Teoria Política Contemporânea, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Filiado ao PT desde 1983, Haddad foi ministro da Educação nos governos Lula e Dilma Rousseff. Já o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem 63 anos e possui carreira militar, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras. Na Escola do Exército, Bolsonaro formou-se em Educação Física. Com sete mandatos consecutivos, há 27 anos o presidenciável é deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Confira abaixo um resumo das propostas para a educação brasileira dos dois candidatos.
Fernando Haddad (PT)
No capítulo “Educação para o Desenvolvimento das pessoas e do País”, o candidato Fernando Haddad faz um breve resumo das políticas públicas educacionais criadas e ou reforçadas nos governos Lula e Dilma Rousseff. De acordo com o plano de governo do petista, “Lula e Dilma mais que duplicaram o orçamento real do MEC, criaram o FUNDEB e o Piso Salarial Nacional do Magistério e expandiram a escolarização obrigatória (dos 4 aos 17 anos)”. Haddad promete retomar essas ações que foram interrompidas pelo o que ele chama de “golpe de 2016”, que abriu caminho para o “desmonte da educação pública”. Entre as promessas de campanha do candidato estão:
– Investir 10% do PIB em educação, revogando a Emenda Constitucional 954, que impõe um teto para gastos públicos por 20 anos, além de realizar a “retomada dos recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal”;
– Aumentar as vagas em creches e ampliar a educação em tempo integral, sobretudo em áreas de vulnerabilidade social;
-Realizar ajustes Base Nacional Comum Curricular, retirando “imposições obscurantistas”;
-Haddad tem como meta “garantir que todas as crianças, adolescentes e jovens de 4 a 17 anos estejam na escola e que aprendam”;
– Contrário à “Escola Sem Partido”, Haddad pretende criar a “Escola com Ciência e Cultura”, uma proposta com para transformar “as unidades educacionais em espaços de paz, reflexão, investigação científica e criação cultural”;
– Retomará os investimentos na educação do campo, indígena e quilombola;
Jair Bolsonaro (PSL)
O plano de governo do candidato Jair Bolsonaro é basicamente um discurso contra a esquerda, mas precisamente os governos do PT. Ao contrário de Fernando Haddad, que promete aumentar os recursos para educação, Bolsonaro acredita que é “possível fazer muito mais com os atuais recursos”. As proposições do candidato do PSL trata a educação básica e o ensino médio/técnico como prioridade inicial.
– Mudar a metodologia escolar, revisando o conteúdo e “expurgando a ideologia de Paulo Freire, impedindo a aprovação automática e a própria questão de disciplina dentro das escolas”;
– Fomentar o empreendedorismo na faculdade;
– Ampliar o ensino de disciplinas como matemática, ciências e português, “sem doutrinação e sexualização precoce”;
– Transformar o Brasil no centro mundial de pesquisa e desenvolvimento de grafeno e nióbio;
– Mudanças na educação a distância que “deveria ser vista como um importante instrumento e não vetada de forma dogmática”.