Guerra do tráfico estaria por trás das mortes de mãe, filho e DJ no Benedito Bentes

Ascom/PC-AL

Delegado Ronilson Medeiros

A Polícia Civil de Alagoas, através do delegado Ronilson Medeiros, revelou nesta quinta-feira, 25, a ligação entre seis mortes ocorridas desde o último sábado (20), no complexo Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. A disputa entre grupos rivais, que atuariam no tráfico de drogas da região, seria a causa para os crimes.

Segundo o responsável pelas investigações, o que ocorre é que havia dois grupos rivais atuando na localidade e que o mais antigo deles – faccionado e dominante – teria passado a se incomodar com as ações do novo grupo – que além de atuar no tráfico de drogas, realizaria ações sociais para a comunidade da região e estaria “ganhando espaço”. Este novo grupo foi chamado de “Sem Teto”.

Este novo grupo seria liderado por João Madson Gomes da Silva, de 25 anos, conhecido como ‘Pastor’, preso na madrugada de hoje, por tráfico de drogas. “Foi após o depoimento do Pastor que nós conseguimos entender a dinâmica e relacionar os crimes”, explicou o delegado.

O primeiro caso aconteceu no último sábado, durante uma festa, onde membros do grupo do Pastor estariam comemorando a vitória em um torneio de futebol e foram surpreendidos por integrantes do outro grupo, numa emboscada, que resultou na morte de duas pessoas: Anderson Antônio dos Santos, 31 anos, que seria o DJ da festa, e um homem identificado apenas como “Leandro”, que seria um usuário de drogas. Nenhuma das duas vítimas teria envolvimento com as associações criminosas.

Neste episódio outras três pessoas ficaram feridas: Daniel Pereira dos Santos, 31 anos, que foi socorrido por populares até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes; José Ailton da Silva, 33 anos, conduzido por uma equipe do Samu até o Hospital Geral do Estado; e um homem identificado como “Denis”, que não procurou atendimento médico, mas foi localizado e ouvido pela polícia posteriormente

Secom Maceió

Vítimas foram executadas a tiros no Jorge Quintella

Em revide a ação, membros do grupo do Pastor resolveram matar pessoas que eles acreditavam estar por trás do ataque. Eles então se dirigiram, na última terça-feira (23), até o residencial Jorge Quintella – onde estas pessoas morariam – mas como não conseguiram encontrá-las, resolveram “deixar um recado”, executando a tiros Sandra Maria de Lima, 35 anos, e seu filho, Matheus de Lima Silvestre, de 18 anos, que nada tinham a ver com a rivalidade, “apenas para demonstrar seu poder de fogo e dominação na área”.

“Há informações não confirmadas que eles já tiveram, em outro momento, envolvimento com drogas, mas naquele momento trabalhariam apenas com a venda de ‘quentinhas’ e não teriam nada a ver com nenhum dos dois grupos. […] Eles estavam do lado de fora da casa quando viram os algozes se aproximando, correram, mas os homens arrombaram a porta e os mataram dentro do quarto do Matheus”, explicou Ronilson Medeiros.

As últimas mortes relacionadas ao imbróglio ocorreram nesta madrugada, durante confronto entre a polícia e  suspeitos de terem executado Sandra e Matheus. Domingos Bento da Silva, 21, anos, e Kleberson Pinheiro da Silva, 20 anos, membros do grupo dos “Sem Teto”, foram identificados após oitiva das vítimas sobreviventes do primeiro crime.

O delegado disse ainda que há mais pessoas envolvidas nos crimes e que trabalha para identificá-las e posteriormente prendê-las. “Estes casos, e a forma como eles estão interligados, demonstram como em Alagoas, o Tráfico de Drogas, serve de pano de fundo para a maioria dos outros crimes. Desta vez, pelo menos quatro pessoas, morreram sem razão”, concluiu o delegado da Delegacia de Homicídios.

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