Caso ocorreu na noite de domingo (28), em Salvador. SSP-BA informou que policial teria discutido com ambulante e depois efetuou os disparos.
Um soldado da Polícia Militar foi preso na noite de domingo (28), após efetuar disparos de arma de fogo e ferir quatro pessoas no bairro da Barra, em Salvador. O caso ocorreu durante a festa de comemoração à eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL). As informações são da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).
De acordo com a SSP-BA, informações preliminares apontam que o policial Manoel Landulfo Sampaio discutiu com um ambulante, sacou a arma e disparou vários tiros, atingindo quem estava por perto. O crime ocorreu, na Rua do Gavazza, no bairro.
Na ocasião, policiais da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo), que estavam nas proximidades, detiveram o PM em flagrante. O policial foi conduzido à Central de Flagrantes. O G1 não conseguiu contato com a defesa do PM.
Uma das testemunhas que estava no meio da confusão relatou a situação. “Ele [o PM] surgiu do nada e teve uma discussão que também começou do nada. Ele [o PM] tentou dar um soco no rapaz e imediatamente já puxou a arma, deu dois disparos nele [na vítima] e começou a atirar. Nessa hora, nós nos jogamos no chão, a multidão começou a se jogar no chão, a banda parou, a polícia veio rapidamente e atuou”, contou.
Ainda segundo a SSP-BA, as vítimas foram encaminhadas para os hospitais Português e Geral do Estado. Não há informações sobre o estado de saúde delas.
Outro caso
Ainda na noite de domingo, uma jovem de 19 anos ficou ferida após uma confusão entre militantes do PT e policiais militares, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento da agressão.
Houve disparo de arma de fogo para cima, feito por PMs, conforme a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
De acordo com amigos da vítima, que preferiram não se identificar, a jovem, que é estudante da Universidade Federal da Bahia (Ufba), teve um corte na cabeça após ser agredida com um cassetete por um policial militar.
A situação ocorreu no Largo de Santana, mais conhecido como Largo da Dinha, local onde tradicionalmente são feitos encontros dos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) após as eleições.
Segundo testemunhas, o caso aconteceu depois que eleitores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) passaram pelo local, em carros, fazendo supostas provocações aos petistas que estavam no Rio Vermelho.
Conforme as testemunhas, após a situação, houve uma discussão entre um homem e alguns policiais. A vítima teria tentado intervir e, na confusão, acabou agredida.
Após ser atingida, a jovem caiu no chão e foi amparada por uma irmã e amigos, que estavam com ela. A estudante foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde segue internada. Ela está consciente e tem quadro de saúde estável, segundo amigos.
Em nota, SSP-BA, informou que “a confusão começou durante passagem de alguns veículos que comemoravam o resultado da eleição para presidente da república”. Segundo a SSP, na situação, os PMs agiram para evitar brigas generalizadas, foram agredidos “e usaram força proporcional”. A Secretaria afirma que uma mulher, ainda não identificada, foi detida, mas não detalhou se foi a jovem ferida.
Após o ocorrido, a área teve o policiamento reforçado por agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Militantes que estavam no local relataram que o clima ficou tenso e que muitas pessoas prefeririam ir embora.
No Twitter, o governador da Bahia, Rui Costa, condenou os atos de violências ocorridos no Rio Vermelho e disse que pediu apuração rigorosa sobre o caso. “Condeno os atos de violência que ocorreram na noite de hoje no Rio Vermelho. Assim que tomei conhecimento dos fatos, determinei ampla e rigorosa apuração da ação policial pela Secretaria de Segurança Pública. O caso será levado imediatamente à Corregedoria da Polícia Militar”, afirmou o governador.
Ainda em nota, a SSP informou que uma equipe da Polícia Civil foi deslocada para a 7ª Delegacia, no Rio Vermelho, para emitir guias de corpo de delito para militantes e PMs envolvidos na situação. Segundo a Secretaria, a Corregedoria da PM também já iniciou a apuração do caso e fará a ouvida dos envolvidos ainda neste domingo. A jovem agredida deve ser ouvida após receber alta.