Também foram presos o deputado estadual João Magalhães (MG) e o deputado federal eleito Neri Geller (PP-MT), que foi ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014, durante o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
A PF faz buscas no gabinete do vice-governador de MG, que também chefiou a Agricultura de março de 2013 a março de 2014. No total, são 19 mandados de prisão temporária e 63 mandado de busca e apreensão, expedidos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Os mandados são cumpridos no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.
O advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, disse não conhecer os fundamentos da prisão e que não iria se manifestar por enquanto. O G1 tenta contato com as defesas dos demais envolvidos.
Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.
Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.
Ainda de acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro para políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores.
Joesley Batista
Joesley havia sido preso em setembro do ano passado após a Procuradoria Geral da República (PGR) rescindir o acordo de delação premiada firmado com o executivo por suposta omissão de informações nos depoimentos.
Três dias depois, a Justiça expediu novo mandado de prisão contra Joesley, pela prática de “insider trading”, que consiste em usar informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro, em outra investigação. Ele deixou a prisão em março deste ano.