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Caso Marielle: suspeito relata pressão de policiais para assumir crime

Ricardo Moraes / Reuters

Ricardo Moraes / Reuters

O assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes se arrasta há nove meses sem respostas. Nesta sexta-feira (7), o Jornal Nacional teve acesso exclusivo ao depoimento do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, um dos principais suspeitos do crime. O Orlando de Curicica, como é conhecido, está preso desde 2017 por homicídio e posse ilegal de arma.

O depoimento de Orlando foi feito no dia 22 de agosto a dois procuradores federais. O miliciano disse aos agentes que estava sendo pressionado pela polícia do Rio para assumir a autoria do assassinato. Segundo Orlando, o responsável pela divisão de homicídios, Giniton Lages, o visitou no presídio de Bangu pedindo que ele admitisse ter matado Marielle a mando do vereador Marcelo siciliano, do PHS.

“Fala que o cara te procurou, pediu para você matar ela, você não quis, e o cara arrumou outra pessoa. Mas que o cara que pediu para matar ela”, teria dito o delegado Giniton Lages, segundo Orlando.

No depoimento, Orlando disse que foi ameaçado após se recusar a assumir a autoria do crime. O miliciano informou ainda que eles ameaçaram colocar mais três ou quatro homicídios na sua conta e disseram que o transfeririam para um presídio federal. Em junho, Orlando deixou Bangu, no Rio, foi transferido Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ainda de acordo a reportagem do Jornal Nacional, Orlando disse aos agentes que o Giniton Lages chegou a prometer perdão judicial caso ele confessasse o crime. Segundo o miliciano, o delegado afirmou que foi ao encontro dele sonhando com isso, que, se ele aceitasse, seria o fim do caso Marielle.

Pelo tipo de arma e carro usados no crime, Orlando acredita que Marielle foi morta por um grupo de matadores. Segundo o miliciano, a polícia não investiga casos com estes matadores pois seus maiores clientes são contraventores do jogo do bicho, que pagam propina para a Divisão de Homicídios. No entanto, ele reforça que não sabe quem foi o mandante do crime.

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