Profissional deve manter-se atualizado, saber falar outras línguas e buscar inovações
Metade dos profissionais que atuam no mercado de games sabe falar pelo menos dois idiomas. Quase 30% do total desenvolveu jogos em língua diferente da materna e tem material de divulgação em inglês. Algumas das principais características das pessoas que atuam nesse universo podem incluir a o desenvolvimento de produtos inovadores, para chamar a atenção do mercado, e buscar a atualização com frequência, uma vez que as novidades tecnológicas surgem a todo momento
Assim como no cenário mundial, houve aumento da quantidade de estúdios que atuam com desenvolvimento de jogos: passaram de 142, em 2013, para 375 em 2016. A informação é do 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, divulgada pelo Ministério da Cultura, extinto no início de janeiro de 2019. “Claro que o cenário ainda é tímido se comparado com outras áreas e países que já têm o mercado de game há 20 e 30 anos, mas estamos trilhando um percurso bom. Só é importante lembrar que todo processo é feito de altos e baixos”, destaca Filipe Pereira, que apesar de ser graduado em História, atua na área.
Se a graduação de Pereira pode causar estranhamento, é importante destacar que o curso técnico em informática não é exigido o conhecimento em programação ou algum sistema de computadores não é necessariamente um requisito para ingressar na área. “Foi a partir da minha expertise com pesquisa que me convidaram para ser pesquisador em um projeto que estava sendo desenvolvido pela UNEB. Era um jogo com temática histórica, então me convidaram para testar e fazer pesquisas”, comenta em referência ao início da própria trajetória, na Universidade do Estado da Bahia.
Design de Games e Jogos Digitais
Em todo caso, obter a graduação e buscar cursos complementares é sempre o mais indicado. É possível cursar Design de Games, na forma de bacharelado, com duração aproximada de quatro anos. Outra opção é o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais, que dura entre dois e três anos e formação em tecnólogo. Em ambos os casos*, o futuro profissional estará apto a criar, planejar e desenvolver jogos em diferentes plataformas (computador, smartphone, tablet).
Atualmente, existem quatro faculdades, três universidades e três Institutos Federais que ofertam gratuitamente a formação tecnológica em Jogos Digitais, segundo o Cadastro e-MEC – banco de dados único e oficial do Ministério da Educação. Na rede privada, é mais comum encontrar formações para Designer de Games e as mensalidades variam entre R$ 650 (tecnólogo) e R$ 1,7 mil (bacharel).
Para os dois casos, o Educa Mais Brasil oferece bolsa de estudos com até 70% de desconto. Considerando todas as áreas de conhecimento, são mais de 400 mil bolsas para o ensino superior. O Educa Mais é o maior programa de inclusão educacional do país e oferta oportunidades para todos os níveis de ensino – como a educação básica, pós-graduação, cursos técnicos. Também existe bolsa para cursos de idiomas, que podem inclusive contribuir para o desenvolvimento do profissional.
Quanto ganha o designer de games
Para informar quanto ganha o designer de games, o Ministério da Cultura também incluiu no 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais coleta de dados sobre remuneração. A pesquisa salarial identificou que 82% das pessoas que fazem a programação de jogos ganha cerca de R$ 1.908 mensais.
Em contraponto, pesquisas da Catho indicam que a média salarial do programador de jogos brasileiro equivale a R$ 2.797, com destaque para os cargos de gerente de Marketing e Direito de Marketing, que chegam a receber, respectivamente, média salarial de R$ 8.197 e R$ 12.500.
*Outros cursos de graduação podem formar profissionais habilitados para a programação e desenvolvimento de games.