A Polícia Civil do Ceará apreendeu neste sábado (12) toneladas de explosivos que seriam utilizados em ataques criminosos no estado. Cinco suspeitos, todos membros de uma facção criminosa com atuação em todo o Brasil, foram presos no local onde o material foi achado, no Bairro Jangurussu, na periferia de Fortaleza.
Segundo a Polícia Civil, policiais cumpriam na manhã deste sábado mandados de prisão contra suspeitos de homicídio e de ataques ao patrimônio público. No local, a equipe de segurança obteve informações de que o bando escondia o material explosivo.
A estimativa inicial é de que o depósito dos criminosos contém de três a cinco toneladas de material utilizado para fazer dinamites. O explosivo estava contido em embalagens com o símbolo de “explosivo” e o alerta de “perigo” em três idiomas.
Os policiais apreenderam também munição e um carregador de pistola.
Ainda conforme policiais civis, parte da carga já havia sido utilizada nos ataques que ocorrem há 11 dias no Ceará. Em alguns dos crimes, bandidos usaram explosivos em pontes, viadutos, delegacias, numa torre de telefonia e em uma torre de distribuição de energia elétrica.
Sequência de ataques
A onda de violência no estado chegou ao 11º dia seguido com 194 ataques confirmados em 43 municípios. Desde o início da sequência de crimes, 35 membros de facções criminosas foram transferidos para presídios federais, de acordo com o Ministério da Justiça.
Membros de facções rivais se uniram contra o governo após o secretário da Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, anunciar mais rigor na fiscalização dos presídios.
Mauro Albuqurque, ao assumir o cargo criado em 1º de janeiro deste ano, prometeu acabar com a entrada de celulares nas prisões e com a divisão de presos segundo a facção à qual pertencem. Os ataques são uma tentativa de fazer com que o estado recue.
O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou nesta sexta-feira (11) que “não há recuo”.
Ações do estado contra a violência
Camilo Santana também destacou que vai apresentar um projeto de lei que beneficia pessoas que denunciarem autores de ataques violentos no estado. O projeto será votado neste sábado, em uma sessão extraordinária, durante o recesso parlamentar.
A Lei da Recompensa prevê pagamento em dinheiro por informações repassadas pela população à polícia e que resultem na prevenção de atos criminosos e prisão de bandidos envolvidos nas ações.
O governador anunciou também um pacote de medidas contra os ataques, que incluem a convocação de policiais da reserva e a autorização de pagamento de hora extra além do que é permitido atualmente. Para efetivar as mudanças, é preciso de aprovação na Assembleia Legislativa, onde o governador tem ampla maioria do apoio.
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