Em 2018, o Comércio admitiu cerca de 22.941 colaboradores e desligou 21.461, gerando um saldo positivo de 1.480 postos entre janeiro a novembro
O ano 2018 figura como o primeiro, após a crise, com um saldo líquido positivo na geração de postos de trabalho. A análise é do Instituto Fecomércio AL ao avaliar os números oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Ao longo do ano, o Comércio admitiu cerca de 22.941 colaboradores e desligou 21.461, gerando um saldo positivo de 1.480 colaboradores entre janeiro a novembro. No mesmo período, em 2017, o saldo foi negativo, pois houve perda de 721 postos de trabalho. E quando verificado o saldo de 2016, a perda de empregos no setor foi ainda maior: 3.050 postos – maior até do que em 2015, primeiro ano da crise, no qual a redução de colaboradores foi de 2.060.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, o saldo positivo de 2018 teve como fatores o bom desempenho do Comércio e a recuperação dos Serviços em 2018. Até novembro, o volume de vendas do Comércio cresceu 0,7% e a receita nominal subiu 2,7%. Comparado com novembro de 2017, o volume de vendas aumentou 3,7% e, a receita, 7,2%. Isso demonstra que, em comparação aos mesmos meses de 2017, o setor vendeu mais e, consequentemente, aumentou a demanda por mão de obra. Em relação ao setor de Serviços, embora ainda não tenha saído de sua situação negativa, vem se recuperando. O volume de serviços acumulado no ano, em comparação a 2017, está 2,2% menor e a receita 1% menor, mas na média móvel trimestral, aponta alta de 1,7% em serviços e de 2,5% na receita do setor. Como a média representa os meses de setembro a novembro de 2018, observa-se maior demanda no setor por conta do fim de ano.
Ainda segundo o economista, em um contexto geral, mesmo que a economia brasileira ainda não tenha se firmado em diversos indicadores, como na produção industrial, nas vendas nos setores de hipermercados e supermercados, na construção civil e na produção de automóveis, o desempenho alagoano é um fato positivo porque demonstra que as expectativas dos empresários incentivaram a demanda por mão de obra e pequenos investimentos, garantindo emprego e renda.
“O fato é que o setor de Comércio, somando com Serviços e o setor terciário total, é o setor que mais emprega em Alagoas. Já chegou a empregar com carteira assinada cerca de 242 mil pessoas no terceiro trimestre de 2015, e hoje emprega 200 mil pessoas, valor 17% menor”, observa Felippe, acrescentando que por conta da informalidade e pela desistência de buscar empregos formais, a taxa de desemprego de Alagoas no segundo trimestre de 2018 caiu para 17,3% – no primeiro trimestre era 17,7%. “Há espaço para comemorarmos o fato de o setor voltar a empregar, mas ainda irá demorar alguns anos para recuperar seu auge e se equiparar aos números de 2015”, avalia Felipe.