O jogo entre Vasco e Fluminense, pela final da Taça Guanabara, marcado para as 17 horas deste domingo (17), será com portões fechados, de acordo com determinação judicial. A juíza Lucia Helena do Passo ainda determinou a devolução dos valores pagos pelos torcedores que já adquiriam ingressos.
O motivo se deve ao impasse entre os times pelo direito de alocar seus torcedores no setor sul do estádio.
O presidente do Fluminense, Pedro Abad, concedeu entrevista coletiva no final da tarde deste sábado (16), e criticou a postura do rival de São Januário com relação ao assunto.
Para o dirigente tricolor, a torcida do Fluminense deveria ocupar o setor sul da arquibancada do Maracanã, atendendo a uma liminar dada na última sexta-feira pelo juiz Sandro Lucio Barbosa Pitassi, da 37ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O clube das Laranjeiras obteve esta vitória após notificar o Complexo Maracanã para que cumpra o contrato prévio existente entre as partes.
O problema é que o Vasco, com base no mando de campo ganho por sorteio na Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de janeiro), começou a vender ingressos para sua torcida também no setor sul. “O Maracanã foi notificado pessoalmente, eu fui lá, o Vasco deu início às vendas e entendemos que o consórcio deveria avisar ao seu cliente. Então fomos à Justiça, que proferiu liminar concedendo o Setor Sul ao Fluminense. Nossos advogados foram a São Januário, onde foram ameaçados. Houve descumprimento expresso e deliberado de ordem judicial”, criticou Pedro Abad.
As declarações do presidente do Fluminense foram dadas poucas horas depois de uma reunião entre ele, o presidente do Vasco, Alexandre Campello, e representantes da Ferj não ter chegado a um consenso. “O Vasco pode jogar no Maracanã quando quiser, operar o estádio quando quiser, mas o lado Sul, quando o Fluminense estiver em campo, é do Fluminense. Um direito contratual”, afirmou. “Coloquei muito claramente as questões ao presidente da Ferj, Rubens Lopes, que confusões estavam sendo causadas pelo Maracanã. O Consórcio tomou partido de um clube com o qual não tem contrato comercial”.
O mandatário do Vasco bate o pé que a torcida alvinegra ficará no setor sul. “Não houve consenso. Existe a posição da federação, do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos), do Vasco e do próprio Maracanã. Embora exista uma decisão liminar, ela não é possível de ser executada. Temos mais de 20 mil ingressos vendidos, absoluta maioria para a torcida do Vasco no setor sul. Não tem como mudar esse curso agora, nem o local da partida”, disse Alexandre Campello.
O presidente do Fluminense convocou os torcedores tricolores à “guerra”, no sentido de lotar o setor norte para apoiar o time. “O Fluminense não concorda em nada com a organização desse jogo. Não abrimos pontos de venda em Laranjeiras. Não concordamos com isso. Mas quero chamar nosso torcedor para a guerra amanhã (domingo). Quero dizer que nossos jogadores estão treinando até 1h30 da tarde, em um sol escaldante, estão se matando de treinar. E temos que ganhar o jogo amanhã. Nós vamos ganhar. Vamos para dentro. O time precisa do torcedor. Eu quero que vocês lotem aquele setor que não é o nosso (norte), que não é ali que é o nosso lugar. Mas o time é mais importante do que essa questão amanhã. Vamos lá para guerrear, para batalhar”, completou.
Preocupada com toda a polêmica, o tenente-coronel Silvio Luiz, comandante do Bope, chegou a afirmar que usaria um efetivo ainda maior do que o empregado na semifinal entre Flamengo e Fluminense, na última quinta-feira, com especial atenção à área externa do Maracanã.