Quase 10 mil quilômetros separam mãe e filho que, depois de 22 anos, se reencontraram, pelo menos no ambiente virtual, e mantêm contato pelas redes sociais. No entanto, a internet não é suficiente e a mãe, que mora em Santo Antônio do Aracanguá (SP), quer reencontrar o filho que está na Holanda.
A dona de casa Ângela Maria de Souza Câmara, de 43 anos, conta que o filho Caio de Souza Câmara, hoje com 25 anos, foi colocado para adoção aos três anos de idade. Ao achar o filho nas redes sociais, Ângela descobriu que ele foi abandonado pela família adotiva e está morando nas ruas.
“Ele também vive na rua porque a família que o adotou, abandonou ele aos 17 anos. Já fazia muito tempo que eu não sabia onde ele estava, mas resolvi começar a pesquisar no Facebook.”
Segundo a dona de casa, Caio é pintor, mas o dinheiro que recebe com o trabalho não é suficiente para pagar o aluguel na cidade.
Atualmente, Ângela está arrecadando dinheiro para pagar pela viagem do filho. “Eu não sei o porquê ele foi abandonado pela família na Holanda, mas agora quero que ele venha para o Brasil o quanto antes para voltar a morar comigo”, afirma.
Ela e Caio conversam diariamente e ele conta que deseja voltar ao interior de SP para morar com a mãe biológica. “Eu não tenho nada, nem família aqui. Eu sempre quis viver com minha mãe e agora estou na rua, mas é muito difícil”, diz Caio ao G1, sem comentar sobre o abandono da família adotiva.
O G1 entrou em contato com o Itamaraty, mas não obteve um posicionamento sobre o caso.
Busca na rede social
Ângela conta que resolveu saber sobre o filho e usou o Facebook para encontrá-lo. Mas não foi fácil, já que o rapaz ganhou um novo nome.
A mãe diz que ao digitar o nome do filho, aparecia apenas um perfil com o nome Nizar Caio de Souza Câmara. “Mandei uma mensagem, falei que ele se parecia com meu filho e ele confirmou a data de nascimento”, conta.
A partir disso eles começaram a conversar e descobriram o parentesco. Ângela lembra que engravidou do filho ainda na adolescência. Mas a criança foi para adoção, ao três anos, depois de decisão judicial.
“Na época eu tinha 17 anos e era uma pessoa sem juízo. Meus dois filhos foram para a adoção. A vida de um deles está resolvida, mas o Caio está morando na rua lá em Amsterdã”, diz a mãe, que quer ajudar o filho a voltar para casa.