Economia

Endividamento registra queda na capital, mas inadimplência aumenta

Consumo do final de ano e os impostos de janeiro fizeram consumidor ser mais cauteloso

Ilustração

As costumeiras contas e os tradicionais impostos do início do ano repercutiram nos bolsos dos consumidores da capital e contribuíram para que o nível de endividamento tivesse queda em janeiro, conforme Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa, Estudo e Desenvolvimento do Estado de Alagoas (Instituto Fecomércio AL), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com o levantamento, o primeiro mês do ano registrou 188.014 pessoas estão com dívidas. Desde novembro de 2018, quando o número de endividados chegou a 196 mil, este indicador vem apresentando queda. Comparando janeiro a novembro, a redução no número de endividados foi de 8.474 consumidores. Já quando comparado ao mês de dezembro, a queda ficou estagnada, tendo uma ligeira variação negativa de 0,37% em janeiro.

Apesar da redução no volume dos endividados, a parcela de consumidores com contas em atraso e inadimplentes registrou variação positiva entre dezembro e janeiro. “Aqueles com planejamento financeiro conseguiram se livrar de suas dívidas e estão prontos para consumir utilizando o crédito. Outros, se excederam no consumo do Natal e, em janeiro, começaram a ter dificuldade em quitar seus débitos, tendo alguns se tornado inadimplentes”, observa Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).

Nesse contexto, entre os meses de dezembro e janeiro o volume de endividados com contas em atraso teve alta de 2,24%. Já o grupo dos inadimplentes teve alta de 5,08%, no mesmo período. O cartão de crédito continua na liderança quando o assunto é a forma como os consumidores contraíram dívidas (87,6%), seguido pelos carnês (9,5%) e pelo crédito pessoal (5,4%).

Dentre os 24,5% (73.712 pessoas) que estão atrasando contas, 39,2% informaram que possuem outros membros da família, residentes em sua casa, que também estão atrasando suas contas pessoais. Já entre os 17,2% (51.596 pessoas) em situação de inadimplência, apenas 2,4% informaram que terão como pagar essas contas de forma integral neste mês de fevereiro, mas para 70% dos inadimplentes a situação permanecerá a mesma.

O tempo médio de atraso das contas está em 80,1 dias e os endividados estão levando cerca de 6,2 meses para pagar suas contas. Quanto à renda, a parcela média comprometida com dívidas é de 25,8%.