Política

Auditores-fiscais afastados em Operação podem perder os cargos

Déborah Moraes / AL24Horas

Entrevista Coletiva

Os três auditores fiscais flagrados na operação Cavalo de Tróia, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), na manhã desta quarta-feira, 27, podem perder em definitivo seus cargos. Além dos processos criminais, eles respondem também a processos administrativos disciplinares em tramitação na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), da qual já foram afastados, conforme informou Luiz Dias, secretário-especial da Receita Estadual, em entrevista coletiva.

De acordo com o secretário, José Vasconcellos Santos e Luiz Marcelo Duarte Maia – que jé eram réus nas operações “Equis Viris” e “Polhastro II” – juntamente com Marcos Antônio Rocha Barroso, geraram um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões aos cofres públicos, em esquema com o empresário Wilson Bezerra Leite Júnior, envolvendo pelo menos outras 14 pessoas. Agora, os três permanecem em prisão domiciliar.

Esquema

De acordo com as explicações fornecidas na coletiva, o empresário Wilson Bezerra começou a atuar no segmento de vendas de alimentos e materiais de consumo para algumas prefeituras, em 2015. E até o ano de 2017 criou empresas com o objetivo de fraudar o fisco alagoano.

Estas empresas tinham laranjas e testas de ferro como sócios e, pagavam propina para os auditores-fiscais para encobrir a sonegação tributária. O esquema era intermediado por contadores que faziam a ponte entre o empresário e os fiscais acusados de corrupção.

A operação

Batizada em alusão ao Cavalo de Tróia, quando um grande cavalo de madeira foi construído pelos gregos durante uma guerra para que a tropa se escondeu dentro dessa estrutura de madeira para conseguir invadir Troia e dominar os inimigos, a operação conseguiu recuperar cerca de 40 cavalos de raças, obtidos por meio do crime de lavagem de bens, em cumprimento de mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.

Os animais foram recolhidos e estão sob a tutela da Polícia Militar, em regime de quarentena, até ser decido o que será feito com eles, ficar na Cavalaria da PM ou serem leiloados pela Justiça.

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As pessoa denunciadas foram identificados como: José Vasconcellos Santos, Luiz Marcelo Duarte Maia e Marcos Antônio Rocha Barroso – todos auditores-fiscais de tributos da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) – Vitória Maria Buarque Santos (esposa de José Vasconcellos), Wilson Bezerra Leite Júnior (empresário), José Otacílio de Carvalho Silva e Márcio Almeida e Almeida (contadores) e Ianahiara Josie Camelo de Macena Januário, Paulo César Ferreira da Silva, Venino Pereira Souto Júnior, Érico Correa de Melo Filho, Regivaldo Alves da Silva, Zenildo Marques de Melo e Maurício Omena de Araújo. Estas últimas como laranjas ou testas de ferro.

O grupo deve responder por organização criminosa, falsidade ideológica, lavagem de bens, corrupção e sonegação.

Esta operação contou com a participação de 60 homens da Polícia Militar (PM), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) e três peritos do Instituto de Criminalística (IC).