Saúde

Superlotação leva gestantes a esperar atendimento sentadas durante 96 horas

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Gestantes esperam sentadas na Santa Mônica

A superlotação na Maternidade Escola Santa Mônica, registrada desde o dia 13 deste mês, está acarretando vários transtornos, sobretudo, às gestantes atendidas pela unidade. Nesta terça-feira, imagens foram divulgadas na imprensa, mostrando que a situação no local é preocupante. Gestantes aguardando atendimento em cadeiras e uma delas deitada no chão de um dos leitos.

Uma funcionária da unidade, que não terá a identidade revelada, conta que havia duas pacientes que estavam aguardando o atendimento em uma cadeira há 96 horas. Somente hoje pela manhã uma delas conseguiu ser transferida para um leito.  A jovem de 21 anos é natural de São Miguel dos Campos e está no quinto mês de uma gestação de risco. Tanto ela quanto seu esposo temiam que a demora no atendimento adequado comprometesse a vida da criança.

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Gestante deitada no chão

A funcionária disse que os problemas no local não se resumem à falta de leitos. Há carência de medicamentos,
produtos de higiene e de limpeza, além de equipamentos usados nos procedimentos, a exemplo de fios e agulhas para suturas.

Em um vídeo enviado à imprensa, é possível verificar um escorpião no corredor da unidade. Funcionários destacam que há muito mosquito no local e temem que as gestantes sejam afetadas.

Nota da Sesau

Em relação às denúncias feitas à imprensa, a Maternidade Escola Santa Mônica esclarece:

“Desde o dia 13 de maio a unidade vem enfrentando o cenário de superlotação e, em virtude do perfil de alto risco das pacientes, não conseguiu transferência para outras unidades maternais através do Complexo Regulador Assistencial (CORA) do município.

Assim, as pacientes foram atendidas e receberam a assistência necessária ao quadro de saúde que apresentaram, porém, algumas só tiveram leitos disponibilizados à medida que outras pacientes receberam alta.
A direção reforça ainda que a superlotação prejudica também o abastecimento da maternidade, já que este é feito com base no número real de leitos e com o aumento da demanda a tendência é que ocorra falta de insumos.

Para solucionar esse problema, a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), responsável pelo abastecimento da maternidade, foi acionada e vem atuando diuturnamente com o propósito de reabastecer a unidade e garantir os serviços.

Sobre o surgimento de escorpiões, a Maternidade destaca que realiza as dedetizações periódicas, conforme preconiza a Vigilância Sanitária. No entanto, devido o entorno ao qual está inserida ocorre a migração desses animais de outros imóveis.”