Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), pagou R$ 64 mil em espécie por uma cirurgia no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal “O Globo”.
A unidade informou que não comenta pagamento de pacientes, e o advogado Paulo Klein, que defende Queiroz, disse que ele não cometeu qualquer crime.
Queiroz foi internado na unidade em janeiro, quando retirou um câncer no cólon. O pagamento foi feito em 14 de fevereiro.
Na nota fiscal eletrônica obtida pela TV Globo e pela GloboNews, o valor da despesa é de R$ 86 mil. Nela consta um desconto de R$ 16 mil — o equivalente a 20% do custo. O total ficou em R$ 70 mil.
Os outros R$ 5.420 foram quitados por meio de cartão de crédito, como disse o advogado dele à TV Globo.
O defensor afirmou ainda que o dinheiro estava guardado para quitar negócios imobiliários e que vê com naturalidade o fato de o Ministério Público investigar a origem dos recursos.
Segundo o advogado, a comprovação dos pagamentos com recursos próprios e dentro da capacidade econômica de seu cliente reforçam que Queiroz não cometeu crime.
Na nota fiscal, dá para ver que Queiroz ficou internado de 30 de dezembro de 2018 a 8 de janeiro de 2019.
No final de dezembro, ele faltou um depoimento do Ministério Público em razão de problemas de saúde. O MP afirma que há indícios da existência de uma organização criminosa, formada por dezenas de integrantes do gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Os dois tiveram os sigilos bancários e fiscal quebrados com autorização da Justiça, assim como oito deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A investigação começou depois que o MP recebeu um relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e o mesmo mês do ano seguinte, incluindo depósitos e saques.