Comemorando o Prêmio do Júri recebido no Festival de Cannes por “Bacurau”, os diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles ressaltaram a importância de produções do Nordeste ganharem destaque internacional. “São três nordestinos ganhando prêmio no Festival de Cannes este ano”, diz Kleber, em referência, também, à premiação de “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, do cearense Karim Aïnouz na mostra Um Certo Olhar.
Os cineastas ressaltam a alegria de comemorar a conquista com os conterrâneos. “É uma alegria muito grande falar aqui com vocês. A gente sente muito orgulho de ser recifense, pernambucano. Isso me emociona, sabe? Eu vibro muito com a nossa cultura, sempre vibramos, eu e Kleber”, diz Dornelles.
“É um filme sobre o Nordeste, um filme sobre o Brasil, é um filme sobre educação, sobre história e estou muito feliz que esse filme nasceu aqui no Festival de Cannes e agora está começando a correr o mundo”, afirma Kleber. “Vamos cuidar mais uns dos outros e respeitar a cultura, a educação, a ciência e o conhecimento”, completa Dornelles.
De acordo com Kleber, na próxima semana, eles embarcam para a Austrália para divulgar o longa, selecionado para o Festival de Sydney.
“Esse é o resultado de dez anos de trabalho com Bacurau. O filme estreou no dia 15 aqui no Festival de Cannes e foi muito bem recebido pela imprensa internacional e hoje a gente saiu com o prêmio do Júri. […] Acho que é um momento muito bom para o cinema brasileiro”, afirma Kleber Mendonça Filho.
Na premiação principal de Cannes, são distribuídos sete prêmios. O mais importante é a Palma de Ouro, ganhado neste ano pelo coreano “Parasite”. Além dele, há o Grand Prix, o Prêmio do Júri e as categorias de direção, roteiro, ator e atriz.
Sobre o que é ‘Bacurau’?
Com Sônia Braga no elenco, o diretor Kleber Mendonça Filho voltou a concorrer à Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França, depois de “Aquarius” (2016).
O filme retrata um pequeno povoado do sertão que sofre com a morte de Dona Carmelita, uma mulher muito querida. Dias depois, os moradores percebem que a comunidade não está mais nos mapas.
Pela primeira vez, Juliano Dornelles divide com Kleber Mendonça Filho a autoria e direção do longa, uma coprodução Brasil-França gravada no Sertão do Seridó, divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba.
Congratulações
Em nota, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) parabenizou os cineastas pernambucanos. “Mais uma vez, eles mostraram ao mundo a sensibilidade e a qualidade das nossas produções”, disse.
“No início do mês, tive o prazer de receber os dois e a produtora Emilie Lesclaux em meu gabinete e fiquei muito feliz em ver tanto entusiamo e determinação para seguir enfrentando as dificuldades impostas, no atual momento, a quem produz cultura no nosso país. Tenho certeza que essa vitória fortalecerá ainda mais essa luta”, afirma o texto.