Uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), situado no km 8 da BR-174, em Manaus, deixou mortos neste domingo (26). O motim foi confirmadp pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) às 12h30 (horário local). O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para realizar a remoção de corpos. Ainda não há informações confirmadas oficialmente sobre o número de vítimas.
Ao G1, Secretaria de Comunicação do Amazonas (Secom) informou que o Grupo de Intervenção Prisional (GIP) – do Batalhão de Choque da Polícia Militar – foi acionado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para atuar na unidadem “onde estava acontecendo uma briga entre presos”. Segundo a pasta, o motim foi encerrado por volta do meio dia.
A Secom informou que a unidade conta com reforço de policiamento nas muralhas, nos ramais de acesso e na estrada. Ainda está sendo feito levantamento sobre mortes. O secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, determinou, ainda, reforço em outras unidades do sistema, por medida de precaução. Helicópteros do Departamento Integrado de Operações Aéreas fazem sobrevoo no sistema, nesta tarde. Não há informações sobre fugas e não houve agentes penitenciários reféns.
A mãe de um detento estava no local e testemunhou o início da rebelião. Ela afirma que visitantes foram tomados como reféns.
“Eu estava na cela sete. Foi uma agonia muito grande. Começou uma correria, e todos estavam batendo nas celas, nas portas, e correndo pelos corredores. Tinha um [detento] na cela oito que estava amarrado. Os policiais tiraram as visitas, mas os presos pegaram um monte e levaram para quadra”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada.
A irmã de um preso do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) – que fica no mesmo complexo presidiário – afirmou que a unidade também teve visitações suspensas.
“Era 12h15 quando começou a agitação. O pessoal falou que tinha começado uma rebelião e que já tinham matado duas pessoas. Eles mandaram todos os visitantes saírem. Estávamos no CDPM, e tivemos que sair porque iam trancar os presos nas celas”, disse.
Bloqueio de estrada
Familiares informaram que policiais militares atiraram do helicóptero presente no local contra os presos. Assim que souberam desta informação, eles fecharam a estrada para evitar a passagem de veículos. “Muito tiro do helicóptero só na direção do pavilhão cinco”, afirmou uma familiar que não quis ter o nome divulgado.
A Secom informou que os policiais presentes nos helicópteros não efetuaram disparos. Segundo a pasta, as aeronaves estão sobrevoando a área como estabelece o protocolo nas situações de controle de alterações no sistema.
Palco de massacre em 2017
A unidade é a mesma onde houve uma rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.
Em dezembro do ano passado um agente penitenciário foi morto dentro do Compaj. À época, 12 detentos foram presos suspeitos da morte.