O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira, que vai fazer o possível para reverter a sentença de Adélio Bispo, autor da facada que o então candidato sofreu em Juiz de Fora (MG). Ele foi considerado inimputável pelo juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz Fora, que converteu a prisão preventiva dele em internação por tempo indeterminado.
— Tenho a convicção de quem foi, mas não posso falar, que eu não quero fazer um pré-julgamento de ninguém. E estou tomando as providências jurídicas do que eu posso fazer. Vou recorrer. Normalmente, pode o Ministério Público recorrer também. Eu vou entrar em contato agora com o meu advogado — disse o presidente.
Bolsonaro comentou, no entanto, que vai se informar sobre os custos de prosseguir com a ação contra Adélio e de um novo laudo sobre ele.
— Custa para mim. Porque eu tenho a causa pessoal, eu que tenho que me defender. E custa caro isso aí. Um outro laudo custa caro se fazer também. Eu vou tentar fazer o que é possível, porque eu acho… Eu vou ter que tomar… Nem que tenha que gastar alguma coisa, para tomar providência nesse sentido. Porque esse cara não pode ficar nessa situação que está aí – comentou o presidente, na saída do Alvorada, rumo a São Paulo, para a abertura da Copa América.
Bolsonaro ainda comparou sua situação com o caso Celso Daniel. Prefeito de Santo André (SP), o petista foi assassinado em 2002. Após ser sequestrado, ele foi encontrado morto com 11 tiros em uma estrada vicinal da Rodovia Regis Bittencourt, no município de Juquitiba (SP). As circunstâncias do crime nunca foram esclarecidas.
— Quase que eu fui, guardadas as devidas proporções, um outro Celso Daniel. Quando é que o PT, o partido do Lula, falou em apurar o caso Celso Daniel? É um caso que escancara, às vistas de qualquer um que foi, sim, um crime encomendado em cima do Celso Daniel, que ele foi torturado antes, para dizer onde estavam os dossiês. O que é que o PT fez no tocante a esse assunto? Ficou quieto. Porque ali poderia colocar um ponto final na carreira (de Lula), que não tinha começado em 2002, quando ele se elegeu presidente da República.
Bolsonaro repetiu que “não tem dúvida de que acertaram com Adélio a tentativa de matá-lo”.
— Os advogados continuam defendendo ele, pessoal caro. O próprio advogado falou aí, há poucos dias, perguntado quem está pagando, que não quer que fale. (…) É um crime contra um candidato à Presidência da República que atualmente tem mandato e devemos ir até as últimas consequências nessa situação — comentou.
Ao ser questionado sobre as críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao governo na tarde desta sexta-feira, ele encerrou a entrevista dizendo que precisava ir para São Paulo.