A noite batizada de ‘Artes no Café’, liderada pelos músicos e poetas Sebage e Zeca Bêga, acontece na sexta-feira (26), a partir das 19h30
O movimento Antropofágico Miscigenado realiza no Café da Linda (Teatro Deodoro, rua Barão de Maceió, 375, centro da capital) o especial “Artes no Café”. O evento – contando com performances de música e poesia e exposições de artes visuais – ocorrerá na sexta-feira (26), a partir das 19h30. Participam dessa edição do Antropofágico os músicos Sebage, Zeca Bêga, Mario The Alencar, Rolderick Leão e João Carvalho. O artista visual Rolderick Leão dá uma palinha de músico, interpretando canções da banda In Fectos. Ele estreou no Café da Linda uma primeira exposição individual, “Ruptura”, em 14 de junho. A mostra segue até 14 de agosto.
Além desses artistas, foram convidados o também artista visual Bruno Santos, realizando “exposição instantânea” (apenas durante o evento), e a poeta Sara Albuquerque – que lançou este ano pela editora Imprensa Oficial Graciliano Ramos o volume de poesia “Giz morrendo”. O couvert custa R$ 10.
“Minha conexão com a música não foi sempre, mas acho que eu fui meio catado”, explica Rolderick Leão, misturando as bolas da música e das artes visuais. “Eu tenho ficado cada vez mais musical. Essa coisa de ser chamado de músico é mais pelos outros, não que eu me considere – mas acaba sendo, né. Vai ser legal essa apresentação no Antropofágico.”
O outro artista visual dessa noite antropofágica, Bruno Santos, faz colagens em madeira. Trabalha com a técnica de colagem manual (pesquisa, recorte e montagem) desde 2006. “Minhas obras são inspiradas no surrealismo. Tem influências de diversas expressões artísticas: surrealismo, pop art, grafite e arte contemporânea.” Segundo Santos, seus “temas diversos” referem-se “à natureza e à consciência humana”. “Busco o universo e a complexidade do mundo contemporâneo.”
O músico e poeta Sebage, que iniciou o Antropofágico Miscigenado, juntamente com o guitarrista Edi Ribeiro, em janeiro de 2017, no saguão do Teatro Deodoro, explica que esta é uma nova fase do movimento. “A ideia continua a mesma, que é de nos reunirmos numa confraternização artística, de amigos e admiradores da música, da poesia, da arte que nós mesmos fazemos. Estamos nos espalhando, realizando eventos como esse no Café da Linda e outro, a série ‘Shows democráticos’, no restaurante Zeppelin. Em breve retornaremos ao saguão ou ao jardim do teatro. E o microfone continua aberto para os amigos e artistas que chegam para cantar ou declamar poesia.”
A poeta e escritora Sara Albuquerque, que publicou três obras infantis que integram a coleção “Coco de Roda”, da editora Graciliano, afirma que se “deixou arriscar na poesia” no ano passado. “Foi quando publiquei dois livros de poemas, ‘Sete Centímetros de Língua’ (ed. Patuá) e ‘Giz morrendo’ (Graciliano).”
Na sexta-feira pretende “demonstrar um pouco de sua poesia, “em especial os poemas de ‘Sete Centímetros de Língua’, que, apesar de ter sido impresso, foi um livro que nasceu de uma performance corporal”. “Para ser compreendida em sua plenitude, a poesia necessita da voz e do corpo como instrumentos de mensagem. Este livro traz poemas de resistência e foca principalmente em refletir sobre questões de gênero.”
O guitarrista, cantor e compositor João Carvalho, conta que desde cedo foi “arrebatado pelo grunge”, referindo-se ao movimento roqueiro que surgiu na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, nos anos 1990. “Quando tive o primeiro contato com as músicas do Pearl Jam e Nirvana, eu pensei, ‘isso é ótimo’. Depois veio o pós-grunge, com Seether, Three Days Grace e mais uma penca de banda nessa vibe e tive a certeza, ‘é esse tipo de som que quero fazer’. Essas são minhas principais influências, sem falar no rock londrino do Oasis.”
O especial antropofágico “Artes no Café” tem apoio da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (a Diteal), do Café da Linda e da produtora Weldja Miranda e do site Alagoas Boreal.