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Cultura musical jamaicana e alagoana se misturam em beats eletrônicos para o Quinta no Arena

Diteal

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Desde os idos anos 60, marcado pelo histórico festival de Woodstock, a música tem um papel político fundamental na construção e divulgação de ideais e manifestações sociais. Agora, no fim da segunda década do século 21, a música que carrega denúncias ainda tem seu espaço de importância na sociedade, sobretudo entre os mais jovens e os grupos que vivem nas margens sociais. Em Maceió, o grupo Tequilla Bomb tem a mesma preocupação de usar a arte como ferramenta social, tocando, atualmente, seu disco Sistema de Som, Denúncia e Elevação Espiritual (2018).
“Inevitavelmente somos seres políticos”, afirma Bruno Ferreira, baixista, programador e percussionista do grupo e continua: “mesmo para aqueles que não acompanham o Tequilla Bomb, na primeira impressão já conseguem identificar nosso comprometimento com as questões sociais”. Na base das músicas, estão a bateria e baixo com maior força – “a cultura do grave” – e as melodias pesadas, caracterizando um estilo da música periférica, como explica os músicos do Tequilla, criando diálogo com grupos sociais. Isso ainda é somado ao histórico da banda que, ao receber um novo membro, o rapper Toninho ZS, aproxima-se ainda mais da periferia alagoana, sobretudo zona sul, como o bairro do Vergel do Lago.
Nesta quinta-feira (22), o Tequilla Bomb leva suas músicas para o palco de Teatro de Arena Sérgio Cardoso como parte do projeto Quinta no Arena. Carlos Eduardo, que faz a programação e FX do grupo, conta que, no palco dos teatros, a conexão com o público é feita de forma muito mais intensa. Ele lembra quando fizeram parte do Teatro Deodoro é o Maior Barato, em 2014, lançando o disco Seja Luz, e, para o show no Arena, espera o mesmo: “a nossa mensagem fica muito mais clara, o público se envolve com o que temos para falar e mostrar”.
O projeto Quinta no Arena é desenvolvido pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) como forma de incentivo a formação de plateia e apoio a artistas e culturas locais. As entradas das apresentações, que começam sempre às 19h30, são uma forma de democratizar o público dos Teatros, custando R$10 a meia entrada e R$20 a inteira. Além disso, parte dos ingressos é destinada às escolas públicas da região.
Antes do show, haverá um “esquenta” para quem chegar mais cedo. A partir das 19h, uma discotecagem feita por selects (como os DJs são chamados na Jamaica, explica Carlos Eduardo) vai manter a tradição da cultura jamaicana do Sound System numa disputa de vinis entre Carlos e o DJ Obama.  Outras participações do show serão Boby CH, Luiz de Assis, Andrzão GDS, Fagner Dübrown.