“Hoje eu entendo que era machismo, [mas] na época eu não computava isso. Você cruza o campo para falar com o jogador; se o time está ganhando, a torcida grita ‘gostosa’, se está perdendo, é ‘piranha’. De um segundo para o outro tudo muda”, contou a jornalista durante participação no programa Altas Horas deste sábado (21).
Ela disse que no campo, diferente de estar dentro do estúdio, sofre-se mais esses ataques por ficar mais exposta, mas acredita que hoje em dia isso diminuiu. “Eu sou muito otimista, sempre tento ver o copo meio cheio. Acho que está diminuindo, sim, acho que quem faz já entende que está feio fazer e as pessoas que sofrem têm mais voz para falar que estão sofrendo.”
Uma pessoa da plateia perguntou a Fernanda como foi para ela entrar no universo esportivo, que é predominantemente masculino. “Foi natural, eu nunca me liguei nisso”, respondeu ela. “Era um sonho que eu precisava, por mim acima de qualquer pessoa, realizar. Foi muito difícil, suei muito, passei por muita coisa até chegar lá e não era isso que ia me desmotivar”, continuou.
Segundo ela, o meio jornalístico esportivo não é machista. “Eu nunca sofri machismo lá dentro, mas vejo hoje em dia acontecendo, acho que bem menos do que antigamente e acho que, se a rede social tem um lado bom, tem sim essa vitrine, essa transparência que a gente pode se informar e saber dos absurdos que acontecem”, afirmou.
Porém, ela faz uma ressalva sobre si: “se talvez, em algum momento, tenha sofrido [machismo no meio jornalístico] não computei, estava muito focada em realizar o meu sonho, em fazer meu trabalho, garantir o que eu queria”. Ao concluir a resposta, Fernanda Gentil disse que fica triste quando esse tipo de episódio ocorre — “sei que acontece” —, mas deu uma dica: “mira no sonho e vai”.