As manchas negras que têm aparecido em praias do Nordeste desde o início de setembro já atingiram 99 locais em 46 municípios de 8 estados, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Uma investigação do órgão aponta que o óleo que está poluindo as praias têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele viria. Segundo a Petrobras, trata-se de óleo cru, que não é produzido no Brasil.
Em Alagoas, há registro de 12 áreas atingidas pelas manchas de óleo: Praia de Japaratinga; Pajuçara/Ponta Verde (Maceió); Praia do Carro Quebrado (Barra de Santo Antônio); Praia do Francês (Marechel Deodoro); Barra de São Miguel; Lot. Encontro do Mar (Marechal Deodoro); Barra de Santo Antônio; Praia Canto do Atins (Barreirinhas); Dois pontos na Praia do Gunga (Roteiro) e Paripueira.
Recentemente a Marinha e Ibama foram chamados para avaliar tal substância que apareceu pela primeira vez, nas praias de Jatiúca e Ponta Verde. Na sequência as manchas foram vistas em praias de Guaxuma e Maragogi e, hoje, um internauta enviou o vídeo da situação na praia de Lagoa do Pau, em Coruripe.
Resumo de animais atingidos
O óleo já atingiu ao menos nove tartarugas e uma ave bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), conhecida pela longa migração. Segundo o Ibama, uma das tartarugas foi devolvida ao mar e outra foi encaminhada a um centro de reabilitação. Sete tartarugas foram encontradas mortas ou morreram após o resgate. A ave também não resistiu ao óleo.
“Um dos pontos que chamam mais a atenção neste caso é a fragilidade do sistema de fiscalização e monitoramento da costa, que está enfraquecido. Isso traz graves consequências e um dos reflexos são as manchas de óleo, que ninguém sabe de onde vem. Se tivéssemos fiscalização marinha, isso não aconteceria”, afirma Anna Carolina Lobo, gerente dos programas Marinho e Mata Atlântica do WWF-Brasil.
Nas redes sociais é possível ver moradores compartilhando vídeos e fotos dos bichos cobertos por óleo negro. A recomendação do Ibama é que, nestes casos, a população acione os órgãos ambientais competentes para que os animais sejam avaliados antes de devolvidos ao mar.
Até o momento, não há sinais de que peixes e crustáceos estejam contaminados, de acordo com o Ibama, mas o instituto recomenda que banhistas e pescadores não tenham contato com o óleo.
O Ibama pediu apoio à Petrobras para fazer a limpeza das praias e a empresa afirmou que vai disponibilizar 100 pessoas para o trabalho. O G1 perguntou ao Ibama quando a limpeza deverá começar, e aguarda retorno do órgão.