Loïc Travers, funcionário do sindicato Aliança Polícia Nacional, afirmou à emissora BFMTV que o homem iniciou o ataque “em seu escritório e partiu para continuar sua agressão em outros lugares da sede”. O agressor foi morto no hall de entrada da sede. No momento do ataque, que aconteceu às 13h (8h em Brasília) a sede da polícia estava em plena atividade.
Embora as motivações deste episódio ainda sejam desconhecidas, os investigadores privilegiam a pista de um conflito pessoal. “Era um funcionário, a priori, modelo, que não dava problemas”, afirmou Travers.
Christophe Crépin, que é porta-voz do coletivo France Police- Policiers en Colère, afirmou que ele tinha problemas com sua chefe.
A Procuradoria informou que a esposa do agressor foi detida para prestar depoimento.
O intérprete Emery Siamandi, que estava dentro da sede da polícia na hora do ataque, contou que ouviu um tiro.
“Alguns instantes depois, eu vi policiais que choravam. Eles estavam em pânico”, declarou à AFP.
Um forte aparato de segurança foi montado na Île de la Cité, onde fica a sede da polícia, no coração de Paris. O imóvel fica perto da catedral de Notre-Dame.
Um helicóptero foi acionado para socorrer as vítimas. A estação de metrô Cité, na linha 4, foi fechada por medida de segurança.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi ao local do incidente, assim como o ministro do Interior Christophe Castaner, e o primeiro-ministro Edouard Philippe.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se manifestou no Twitter após o ataque. “O balanço é pesado, vários policiais perderam a vida. Em meu nome e no dos parisienses, meus pensamentos vãos paras famílias das vítimas e seus entes queridos”.
O ataque ocorre no dia seguinte ao protesto de milhares de policiais em Paris, uma mobilização sem precedentes em quase 20 anos, em meio à preocupação da instituição com o aumento do número de suicídios e com a reforma previdenciária.
Segundo organizações sindicais, 26 mil pessoas participaram dessa mobilização. A França conta com 150 mil.
A França está em estado de alerta para atentados.
Desde 2015, a França foi palco de vários ataques atribuídos a grupos jihadistas, que incluíram atentados sincronizados e agressões isoladas com arma branca. No total, 251 pessoas morreram nesses ataques, de acordo com a France Presse.
A polícia continua a ser alvo recorrente de organizações extremistas, incluindo o Estado Islâmico (EI).