Polícia

Família acusa PM de matar entregador de gás: ‘Era trabalhador’

Morte de Jailton causou comoção nas redes sociais por parte da comunidade e clientes do rapaz — Foto: Reprodução/Zona Noroeste

A família do entregador de gás Jailton Costa da Anunciação, de 33 anos, morto após ser atingido por tiros em Santos, no litoral de São Paulo, acredita que o homem foi executado por um erro de policiais militares. A Corporação afirma que está apurando o caso.

A diarista Vanessa Santos do Nascimento, de 31 anos, era a esposa da vítima. Eles tinham duas filhas, de oito e quatro anos. Ela conta que moradores da comunidade em que vive, localizada na Rua do Caminho São José, no Rádio Clube, viram o momento em que o marido foi morto.

Em nota a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que durante uma operação no local, na última quinta-feira (24), os policiais militares relataram que iniciaram uma tentativa de abordagem a um grupo e um dos integrantes, armado, disparou contra os policiais, que intervieram.

De acordo com eles, um homem foi atingido e socorrido a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, mas não resistiu aos ferimentos. As armas envolvidas na ocorrência foram encaminhadas à perícia.

Família
A família desmente a versão da Polícia Militar. A esposa dele conta que estava trabalhando na hora do fato. “O pessoal me contou que os policiais já chegaram atirando e, bem na hora, o Jailton voltava do trabalho e passava pelo local. Depois que o mataram, me contaram que eles colocaram um saco no rosto dele. Eu tenho certeza que eles não queriam que ninguém visse que eles mataram o homem errado. Ele não tinha arma, não tinha envolvimento com crime”, afirma.

De acordo com a diarista, o marido trabalhava há bastante tempo com a entrega de gás e era conhecido e querido por todos da região, principalmente, por sempre ser uma pessoa muito alegre. Nas redes sociais, diversos moradores da região e clientes de Jailton se solidarizaram com o ocorrido e lamentaram a morte do rapaz.

Um dos parentes da vítima relatou que Jailton levou um tiro na mão. “Ele tinha três perfurações. Uma delas na mão que, aparentemente, mostrou que ele ergueu o braço e fez um sinal para que eles parassem, que não atirassem”, conta.

O velório e sepultamento do entregador de gás ocorreram na tarde deste sábado (25). “Eu estou muito triste, mas também revoltada. Aqui na comunidade é assim, sempre somos oprimidos. Já mataram vários e, dessa vez, mataram um pai de família, um trabalhador. É revoltante”, finaliza Vanessa.

Em nota, a Polícia Militar informou que foi instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar todas as circunstâncias do fato. O caso é investigado pelo 5º DP de Santos.