Política

Marqueteiro e assessor de Renan Filho são investigados em esquema de propina

As investigações da Polícia Federal acerca do suposto pagamento milionário de propina da J&F para o senador Renan Calheiros (MDB) alcançaram outros nomes. Pessoas ligadas ao governador Renan Filho (MDB) também estão sendo intimadas a prestar esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de mandados de busca e apreensão.

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A investigação aponta que o marqueteiro de campanha dos Calheiros, Adriano Gehres, teria usado sua empresa, GPS Comunicação LTDA, como intermediária no repasse da propina de R$ 3 milhões da JBS para a campanha de Renan Filho ao governo do Estado.

Reportagem publicada pelo Diário do Poder, mostra que Polícia Federal concluiu que a empresa de Gehres emitiu notas fiscais fraudulentas 12/2014 e 13/2014, respectivamente nos valores de R$ 900 mil e R$ 800 mil. Tal transação teria sido intermediada por Roseane Nogueira de Andrade. Esta também foi intimada e alvo dos mandados de busca.

Além disso, o restante do dinheiro teria sido destinado ao atual governador de Alagoas com notas fraudulentas do Ibope, no valor de R$ 300 mil, e doação oficial de R$ 1 mil do MDB de Alagoas.

O detalhe é que esses R$ 3 milhões foram apenas uma parte da cota destinada ao Senador Renan Calheiros, oriundos do fundo de R$ 35 milhões que a J&F destinou aos senadores do MDB.

O assessor especial do Gabinete Civil do governador Renan Filho, Ricardo José Gomes da Rocha, também está na lista dos intimados a prestar esclarecimentos ao ministro Fachin. Em 2014 ele teria atuado como motorista na campanha para o Governo do Estado. Na ocasião ele e o então assessor especial do governador Renan Filho, José Aparecido Alves Diniz, foram intermediários no recebimento de R$ 3,8 milhões enviados para o senador Renan Calheiros.

Inquérito

A ação é um desdobramento do inquérito 4707, que apura supostas doações de R$ 40 milhões feitas pela J&F a senadores do MDB para as eleições de 2014, após delação de Ricardo Saud.

Com base nas denúncias, o delegado Bernardo Guidali Amaral, solicitou ao ministro Fachin, relator da Lava Jato no STF, a prorrogação do inquérito e posteriormente uma série de mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens.

Até o momentos nenhuma das partes citadas se pronunciou sobre as denúncias.