A Polícia Civil de Alagoas prendeu na tarde desta quinta (8) José Roberto de Morais, vulgo Sertanejo, acusado de tentativa de homicídio, estupro de vulnerável, lesão corporal, cárcere privado e sequestro cometidos no ano de 2010 na cidade de Arapiraca, no agreste do Estado.
Seria mais uma prisão realizada pelo aparelho de segurança do Estado se o alvo não fosse, também, o padrasto do menino Danilo Almeida Campos, assassinado a facadas no bairro do Clima Bom, em Maceió, em 12 de outubro.
As investigações sobre a morte do menino sofreram várias reviravoltas, inclusive com acusações de tortura e pedido de afastamentos do delegados envolvidos no caso.
José Roberto Morais foi preso em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido pelo juiz Alexandre Machado, de Arapiraca. Segundo a investigação policial, ele teria cometido os crimes contra a então companheira e sua enteada de apenas 11 anos. O acusado e as vítimas conviveram por cerca de oito anos.
Segundo a PC, José Roberto teria sido reconhecido por meio das reportagens veiculadas sobre o Caso Danilo como o autor dos crimes em Arapiraca, de onde fugiu. A polícia ouviu as vítimas e confirmou a identidade do suspeito.
Durante depoimento, mãe e filha relataram que viviam em cárcere privado em total subordinação a José Roberto de Morais, sendo agredidas verbalmente e fisicamente. A enteada foi impedida de frequentar a escola e ainda era obrigada a trabalhar na oficina do acusado, onde era assediada. Mãe e filha só conseguiram fugir de Roberto por que foram escondidas por vizinhos e receberam abrigo deles até que fossem resgatadas por um familiar.
Ainda em depoimento, a ex-companheira forneceu detalhes da rotina, alegando que o acusado vivia a ameaçando de morte, que ele não a deixava sair de casa, para que ela não conseguisse fugir com sua filha. A mulher disse ainda que foi agredida e teve a cabeça empurrada dentro do vaso sanitário. Além das agressões, a violência sexual contra a filha a fez pensar em suicídio.
A ex-enteada, hoje maior de idade, confirmou os crimes de Roberto, inclusive o abuso sexual. De acordo com a vítima, “Roberto se masturbava constantemente diante dela e também a acariciava e pedia que a menina acariciasse seus órgãos genitais. Em outras oportunidades, ocorria o estupro propriamente dito. Afirmou ainda que trabalhava praticamente na condição de escrava na oficina e que chegou a apanhar com um cabo de aço.
José Roberto foi conduzido para a DHPP onde confirmou que manteve esse relacionamento em Arapiraca, mas nega o estupro. Sobre o caso Danilo, os delegados não anteciparam o resultado das investigações mas revelaram que o caso está avançando e caminha para sua conclusão.