Pesquisadoras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet) desenvolveram um canudo feito com amido de mandioca. O produto é biodegradável e mais barato que as opções existentes e já tem uma empresa interessada em coloca-lo no mercado.
O amido é polímero natural que já vem sendo usado como matéria-prima de fonte renovável e baixo custo, mas tem alguns limitantes no uso em canudos por ter dificuldades de processamento, absorver muita água, desfazendo-se em contato com líquidos, e de “envelhecer” mal, transformando-se em um material quebradiço com a passagem do tempo.
Com o desafio de deixar o material mais resistente, as pesquisadoras Alessandra de Almeida Lucas, professora do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFScar, e Patrícia Santiago de Oliveira Patrício, professora do Departamento de Química do Cefet, desenvolveram uma fórmula que mistura o amido e glicerina para formar um plástico rígido o suficiente para ser usado em bebida, mas que se degrada rapidamente.
Ambas professoras pesquisam biopolímeros há mais de 10 anos, mas não se conheciam. O encontro aconteceu em uma reunião de um instituto vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Naquela reunião, eu apresentei os avanços que já obtivera com o amido da mandioca, registrando que ainda faltava deixá-lo mais estável e a Patrícia, que até ali eu não conhecia, tinha a solução”, contou Alessandra.
A previsão é que o canudo de mandioca esteja disponível até meados de 2.020. De acordo com Alessandra existem outros canudos biodegradáveis mercado, mas não tão resistentes quanto o feito de mandioca.
“Tem [canudos] à base de macarrão e papel, mas custam mais caro e não tem a durabilidade da bebida deste que a gente fez”, afirmou.