“Me levaram para quarto, me fizeram um monte de perguntas, me torturaram, me bateram muito. (…) Eu desmaiei porque não aguentei, fizeram eu assinar um papel lá e eu não sei o que assinei. Falaram que eu tinha que assinar a pulso, senão morreria”. A declaração é de Juarez José da Silva, que aparece em um vídeo que circula, desde a semana passada, nas redes sociais atribuindo aos delegados Fábio Costa, Thiago Prado e Cayo Rodrigues denúncia de tortura ocorrida durante a investigação da Operação Navalha.
Conforme noticiou o Alagoas 24 Horas, Juarez – que está foragido – é apontado como um dos integrantes no esquema criminoso de extorsão a comerciantes que atuam nos bairros da Levada e Centro de Maceió. A polícia afirma que Juarez estava se passando por policial civil, inclusive utilizando uniforme para cometer a prática criminosa, tal qual o restante do bando.
Em entrevista coletiva, nesta terça-feira, 12, os delegados citados classificaram a denúncia como “descabida e fantasiosa”. O delegado Thiago Prado disse que todo o depoimento de Juarez foi gravado em equipamento audiovisual e remetido ao Poder judiciário, comprovando a licitude do interrogatório.
O delegado Fábio Costa destacou que denúncias como esta são cada vez mais comuns no Brasil e refletem a astúcia dos criminosos em desqualificar o trabalho investigativo. “Esta denúncia é ridícula e fantasiosa. Existem vários órgãos de correição para apurar esse tipo de denúncia e estamos absolutamente tranquilos. Virou moda aqui no Brasil. É comum que os criminosos passem a acusar seus acusadores e, aqui em Alagoas, não é diferente. Seria interessante que ele [Juarez] viesse reforçar a denúncia aqui, já que tem um mandado de prisão preventiva em aberto”, disse.