Uma discussão acalorada ganhou o Brasil recentemente: a campanha de abstinência sexual promovida pela ministra Damares, prevista para acontecer alguns dias antes do Carnaval. Sua intenção, se não tivesse viés religioso e ideológico, até se justificaria: proteger jovens de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. Afinal, são questões sociais muito urgentes no Brasil. Contudo, o método escolhido é equivocado e retrógrado.
Na história da humanidade, está mais que provado e comprovado que a negação de qualquer coisa pode resultar em incentivo. Por exemplo: em conventos da Idade Média, momento em que a castidade era altamente obrigatória, aconteciam os mais variados surtos psicóticos e coletivos: freiras miavam para a lua, encenavam ato sexual para terceiros, entre outras coisas.
Mas não precisamos ir tão longe: basta lembrarmos dos considerados “líderes espirituais e curadores” da nossa atualidade que, por vezes, escondem casos de abusos morais, sexuais, etc. Apesar de alguns considerarem estes casos mais radicais, vale lembrar da teimosia das crianças: tente dizer “não faça isso” para uma criança de 2 a 4 anos e ela fará exatamente o contrário. No fim, quanto mais se nega, mais o que foi negado cresce.
Com a campanha de abstinência sexual, acredito, não será diferente. Sem entrar no evidente viés ideológico da campanha, faz-se importante entender: primeiro, a necessidade de sexo é natural. Biologicamente, é uma demanda
De acordo com a psicologia analítica, o ser humano não precisa de proibições, mas de informações que ampliem a consciência do indivíduo, do grupo, do bairro e da sociedade, como um todo. Somente com consciência de nossos atos é que seremos capazes de tomar decisões benéficas em prol de todos. Enquanto isso, vale lembrarmos o que C. G. Jung afirma: até nos tornarmos conscientes de nossos atos, o inconsciente irá dirigir nossas vidas, e no fim, chamaremos isso de destino.