Política

Na primeira sessão de março, Jó Pereira destaca números sobre feminicídio e violência contra a mulher

Assessoria

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Os 141 casos de violência contra as mulheres no período carnavalesco deste ano, em Alagoas, e os quatro feminicídios registrados nos dois primeiros meses, três em janeiro e um em fevereiro, foram o tema do pronunciamento da deputada Jó Pereira na sessão desta terça-feira (3), na Assembleia Legislativa.

No início do Mês Internacional da Mulher, a parlamentar pediu o apoio de todos no enfrentamento a violência e ao machismo, lembrando que, conforme dados oficiais do Estado, 103 mulheres foram assassinadas nos últimos três anos e dois meses no estado.

“Falo em nome de milhões de mulheres ainda submetidas diariamente a atos dessa vergonhosa e ultrapassada cultura machista… Em janeiro foram três mulheres assassinadas em Alagoas e agora, no fevereiro do carnaval, mataram Joyce Mariele, a jovem de 16 anos que apenas não mais queria namorar, ficar… se relacionar. Em pleno 2020. Até quando? Foram 34 em 2017, 21 em 2018 e 44 em 2019. Covardemente mortas, 103 alagoanas que viraram estatística de uma vergonhosa violência diária contra milhões de mulheres em todo o Brasil”, destacou Jó.

Pontuando que a solução em relação à violência passa, além da atuação policial, por uma educação acessível a todos, de qualidade, tecnológica, e inclusiva, a deputada cobrou mais valorização da mulher nas discussões de gênero e que o equilíbrio fique mais próximo, permitindo que muitas mulheres não se transformem em estatísticas negativas nos próximos anos.

“Queremos justiça, queremos mudanças, queremos que todas tenham o direito de ser mulher. Mulher livre e feliz, para fazer suas escolhas… Não somos números estatísticos, somos mulheres. Somos mães, filhas, esposas, jovens e meninas com toda uma vida pra ser vivida. Quando perguntam por que da luta por empoderamento das mulheres, uma única e imediata palavra me vem logo à cabeça: equilíbrio! Se somos metade dos seres humanos vivos, porque tão numericamente inexpressiva é a participação feminina nas decisões, comunitárias, empresarias, de conselhos, de postos públicos de decisões, ocorrendo também o mesmo no ambiente familiar?”, questionou.

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Exceções

Em relação especificamente ao carnaval, Jó lembrou que, como todo evento de massa, a festa também carrega suas desvirtuações de comportamento, mas atribuiu isso a exceções de certos indivíduos e coletivos.

“Isso ocorre no futebol, outra paixão do brasileiro, mas essas exceções não mudam a essência do evento, que é alegria, congraçamento e muita diversão cultural, genuinamente brasileira. Essas exceções engrossam estatísticas, e reflete o nosso problema de educação e formação de indivíduos. São minorias, mas são notícias”, explicou, destacando o potencial econômico e de geração de renda para milhões de brasileiros do carnaval.

Fundeb

Durante o pronunciamento, a deputada também voltou a apelar para que os deputados integrantes da 7ª Comissão de Administração da Casa se reúnam para apreciar e produzir o parecer acerca do projeto de lei, de origem governamental, que autoriza o rateio das sobras dos recursos do Fundeb com os professores. De autoria de Jó Pereira, o requerimento de urgência para apreciação do PL foi aprovado por unanimidade no início da sessão.

“Como todos da Casa sabem, o projeto só poderá ser apreciado em plenário depois que a 7ª Comissão se reunir e fizer o seu parecer. Quando isso acontecer, poderá ser pautado pelo presidente para apreciação desse plenário. Por isso faço um apelo aos colegas da sétima comissão para apreciarem e darem seu parecer, assim também, apelo para que o senhor presidente, de forma contínua, paute o projeto para nossa apreciação em plenário”, concluiu Jó.

Apartes

Em aparte, a deputada Cibele Moura (PSDB) lembrou que o assunto é recorrente na tribuna, levado tanto por Jó Pereira quanto pelas demais integrantes da bancada feminina. “É um problema cada vez mais assustador a violência contra a mulher. A cada quatro minutos uma mulher é agredida no país por um homem… Costumamos ver alarde grande quando é descoberta doença nova, como o coronavírius. É assustador, mas a violência no Brasil mata mais do que no mundo… 70% dos casos ocorrem em casa, onde ela deveria estar protegida”, lembrou Cibele.

Também em aparte, o deputado Cabo Bebeto criticou o fato de, em Alagoas, não poder ser mostrado o rosto de assassinos presos em flagrante, como o caso do suspeito do feminícidio de Joyce Mariele.