“A intolerância está num nível que machuca as pessoas. Então, eu não posso mesmo encostar na minha namorada?”, questionou a cantora de funk e advogada Amanda Versus, de 31 anos, na manhã desta terça-feira (3), após ter sido vítima de homofobia. Ela alega que um motorista que atende pelo aplicativo Uber teria interrompido a corrida na noite desta segunda-feira (2), ao vê-la trocando carinho com a namorada.
Segundo Amanda, as duas estavam voltando juntas do serviço. A namorada dela teria se queixado de dor nas costas. A funkeira começou a fazer massagem na companheira, o que teria incomodado o motorista de aplicativo.
“Quando parei de fazer a massagem e soltei o cabelo dela, ele já veio dizendo ‘pode parar com isso daí. Pode ficar cada uma de um lado, que eu não gosto disso no meu carro’”, contou.
Revoltada, Amanda pediu para que o condutor parasse o veículo e interrompesse a corrida. Ela alega que, sem constrangimento, o motorista discutiu com a dupla antes de parar para ela e a namorada descerem.
A mulher fez um vídeo da discussão e chegou a postar no Instagram como forma de protesto. Mas a postagem foi apagada pelos administradores da rede social.
O caso foi parar na polícia. Amanda fez um boletim de ocorrência e disse que dará continuidade do caso na justiça.
“Eu não quero prejudicar ninguém, mas não quero ser prejudicada também. O que eu não aceito é que eu seja humilhada e me cale. A gente não pode ter medo de denunciar. Senão, vão continuar reprimindo a gente”, afirmou.
Em nota, a Uber informou que “não tolera qualquer forma de discriminação em viagens realizadas em sua plataforma”. Ainda de acordo com a Uber, o motorista foi banido e a empresa diz estar à disposição das autoridades.
“A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas LGBTQIA+”.