O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o governo do Japão decidiram nesta terça-feira adiar os Jogos Olímpicos para 2021, em razão da pandemia de coronavírus. Com a determinação, muitos atletas brasileiros, apesar de estarem de certa forma frustrados, elogiaram a medida adotada pelas organizações.
Darlan Romani, um dos principais atletas do atletismo nacional dos últimos anos, enalteceu a decisão, afirmando que nem todos os atletas conseguiriam treinar para chegar às Olimpíadas nas melhores condições possíveis.
“Foi uma boa decisão. Os atletas precisam treinar para dar o máximo numa competição como a Olimpíada. Tenho um setor ao lado da minha casa e estou podendo treinar, mas e quem mora em apartamento? A diferença não é justa. Estamos proibidos de sair de casa por causa do vírus. A Olimpíada tem um significado especial, de união das nações, mas isso não seria possível. Vamos batalhar, rever nossos planos para 2021. O sonho continua”, destacou.
Caio Bonfim, quarto colocado na marcha atlética nos Jogos do Rio-2016 também concordou com a determinação. “Foi uma decisão acertada. A situação provocada pelo coronavírus está muito complicada. Tanto os que tinham os índices e como os que tentavam estavam com dificuldades pelo cancelamento ou adiamento de competições. Comecei a me preparar para Tóquio antes das Olimpíadas do Rio. Os Jogos exigem um período grande de treinamento. Infelizmente, a medida teve de ser tomada e agora a medalha é superar essa pandemia”.
Vice-campeão mundial indoor em Birmingham 2018 e qualificado no salto triplo, Almir Júnior reforçou sua frustração com o adiamento, mas afirmou que a atitude foi certa.
“Foi a decisão correta do COI. Não tínhamos mesmo condições de realizar os Jogos Olímpicos nesta situação de pandemia. Apesar disso, admito estar frustrado. Estou treinando desde outubro, sem Natal, sem Ano Novo. Tive de abrir mão de muitas coisas nesse período. Me preparei para ter o melhor ano de minha vida. Agora é reprogramar tudo. Torcer para que pandemia passe da melhor forma possível. Fique em casa!”, ressaltou.
Já Érica Sena, quarta colocada nos 20 km marcha atlética no Mundial de Doha-2019 e qualificada para os Jogos de Tóquio, falou das dificuldades que estava enfrentando para se preparar para as Olimpíadas e que, mesmo não contando com o adiamento, acredita que a decisão foi a melhor a ser tomada.
“Estão sendo momentos difíceis nesses dias que estou aqui dentro de casa em quarentena obrigatória em Cuenca, no Equador. Adaptamos alguns treinos da melhor forma possível. Eu tenho uma esteira em casa e posso adaptar alguns treinos, mas é muito complicado treinar só em esteira, as sensações são muito diferentes. Há uma semana, eu tinha camping na Europa, onde iria realizar treinamentos e de repente tudo mudou, voos e campings cancelados, centros de treinamentos fechados, todas as competições canceladas ou adiadas”.
“Hoje os Jogos Olímpicos foram adiados para 2021. E era algo com o que realmente não contava. Como atleta, fico triste porque são anos de treinamento para essa competição, a mais importante e esperada pelos atletas e fico muito triste com isso. Porém, como ser humano, acredito que foi a melhor decisão tomada pelo COI”, completou.