Política

Deputada apela por planejamento no Fecoep e criação de “Comitê da Primavera”

Assessoria

Deputada apela por planejamento no Fecoep e criação de “Comitê da Primavera”

Planejamento e foco na destinação e utilização dos recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), principalmente neste momento de pandemia. Esse foi o apelo feito pela deputada Jó Pereira, durante a sessão desta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa, ao anunciar a reunião extraordinária do Conselho do Fundo, do qual é integrante, que acontece hoje à tarde, para deliberar, entre outras coisas, sobre a distribuição de 200 mil cestas nutricionais.

 

Agradecendo ao governo do Estado por atender ao apelo da Casa e de outras instituições, como MP e MPT, e marcar a reunião para discutir a utilização dos recursos do Fecoep, a parlamentar pontuou que há cerca de 600 mil famílias cadastradas no Cadúnico, o que leva ao questionamento de quem será atendido com as 200 mil cestas.

 

“Precisamos de um plano emergencial… Tanto os recursos do Fecoep quanto a arrecadação do Estado sofrerão reduções, por isso é imprescindível que adotemos o que diz, repetidamente, e de forma coerente, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: respeitar a ciência, ter planejamento e foco no que planejamos. Apelo que isso também seja feito no âmbito do Fecoep… Não podemos gastar recursos que poderemos precisar em meses ou semanas… As cestas serão aprovadas, mas é necessário focarmos nas comunidades que precisam ser atendidas, isso é extremamente necessário”, analisou Jó.

 

Ainda durante a sessão, a deputada voltou a apelar que o Parlamento seja protagonista na formação do que ela nomeou de “Comitê da Primavera”, uma comissão para pensar agora, de forma intersetorial, o futuro de Alagoas, a retomada econômica e social do Estado durante e ao final da pandemia. “Essa retomada econômica precisa ser pensada e planejada hoje, com ações de curto, médio e longo prazos para serem executadas … Isso é necessário, levando em consideração todos os problemas e impactos que ocorrem agora e ocorrerão no futuro próximo, afetando as pessoas nas áreas econômica, familiar, na rede de saúde, na organização familiar…”, frisou.

 

Sobre os apelos de alguns colegas pela flexibilização do decreto governamental acerca do isolamento social, Jó disse que todos estão preocupados com a atividade econômica, mas defendeu que as medidas são necessárias até para que não seja preciso adotar o “lockdown”, ou o fechamento geral no país, o que será muito pior para todos.

 

“Ainda não temos estrutura para atender a possível demanda de infectados pelo Coronavírus… Isso é real e é por isso que o governo vem mantendo o isolamento… A cada decreto está havendo relaxamento, sendo liberadas algumas atividades, mas a retomada precisa ser gradativa”, argumentou.

 

Fluxo de atendimento

 

Jó Pereira também repercutiu a reunião ocorrida na segunda-feira (6), entre a médica Sandra Maria, diretora do Instituto de Saúde e Cidadania (Isac), entidade responsável pela gestão das UPAs Trapiche, Benedito Bentes, Marechal Deodoro e Rio Largo, e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, com a participação de vários deputados.

 

A parlamentar voltou a destacar a importância de ampliar o número de testes para detecção do Coronavírus, lembrando que, conforme dito pela própria médica, os resultados – que demoram em média cinco dias – estavam sendo exigidos para transferência dos pacientes.

 

Ela reforçou que o tratamento dos pacientes não é missão das UPAs, a quem cabe estabilizar para garantir a transferência. Pontuando a preocupação com o fato de as UPAs não possuírem estrutura para internação, principalmente devido à ausência de leitos de UTI, Jó informou que o governo do Estado já revisou o fluxo de atendimento de pacientes, na rede de saúde, com suspeita do Covid-19 e está se esforçando, inclusive para corrigir alguns encaminhamentos.

 

Em relação ao número de leitos de UTI específicos para os casos suspeitos e confirmados de Covid-19, Jó explicou que houve um “erro de comunicação” entre o planejado e o que já está disponível.

 

“Foi divulgada a existência de 200 leitos de UTI específicos, mas esse número ainda vai existir até maio, conforme a previsão da Secretaria de Saúde. Hoje temos 52 leitos específicos em Alagoas”, explicou, demonstrando preocupação também com a estimativa feita pelo próprio secretário de Saúde, Alexandre Ayres, de que para cada leito de UTI específico, serão necessários de três a quatro vagas em enfermarias para isolamento, representando de 600 a 800 novos leitos.