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Bundesliga tem semana decisiva por retorno, e Liga Alemã acredita em retomada

Reuters

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A primeira rodada de testes generalizados para o novo coronavírus revelou dez casos em clubes alemães de futebol, ressaltando os desafios de saúde que a Bundesliga terá que enfrentar para obter o aval do poder político na quarta-feira para sua retomada em meados de maio. Oficialmente, a Liga Alemã de Futebol (DFL) comemorou esses resultados: dos 1.724 testes realizados nos 36 clubes da primeira e segunda divisão, dez deram positivo.

“Os testes realizados nos últimos dias atingiram seu objetivo: garantir a segurança e proteger os jogadores o melhor possível antes de uma infecção nos treinamentos ou nos jogos”, afirmou a DFL em um comunicado.

Até agora, apenas o Colônia havia anunciado publicamente, na sexta-feira passada, que dois jogadores e um preparador físico haviam testado positivo. Os outros membros da equipe foram colocados em isolamento em um hotel, e o clube informou nesta segunda-feira que todos haviam testado negativo, então consideraram que poderiam prosseguir com um treinamento. A DFL não forneceu informações, nem os nomes dos jogadores ou dos clubes, sobre os outros casos detectados.

Na quarta-feira, a chanceler Angela Merkel e os presidentes dos estados regionais devem falar por videoconferência e endossar a retomada da competição com portões fechados. Em princípio, tudo parece preparado para que seja assim. No domingo, o ministro do Interior, Horst Seehofer, gerou otimismo em torcedores e clubes ao declarar que o cronograma proposto pela DFL era “plausível” e manifestou seu apoio para uma retomada em maio.

Dúvidas sobre a quarentena

O perigo pode estar nos detalhes. De acordo com os regulamentos em vigor na Alemanha, qualquer pessoa que tenha tido contato com um caso positivo deve ficar isolada por catorze dias. Este protocolo e os casos detectados, ou os que poderão ser detectados em breve, podem representar um problema para a retomada da competição. Na segunda-feira, o Ministério do Interior confirmou que o futebol não ficará alheio às regras em vigor na Alemanha.

“Horst Seehofer (o ministro do Interior) mantém o que foi dito. As pessoas que estiveram em contato direto com um indivíduo que testou positivo deve entrar em uma quarentena de catorze dias”, disse o porta-voz do ministério Steve Alter.

“Esse é um princípio que se aplica a toda a população e não há razão para que seja diferente para jogadores profissionais de futebol”, acrescentou o porta-voz.

O protocolo proposto pela DFL para retomar o campeonato contempla que as pessoas que testam positivo sejam isoladas, mas isso implica que o restante do elenco pode continuar treinando desde que seus testes (dois por semana, de acordo com a previsão) tenham dado negativo.

Sem aperto de mãos

Para evitar outras infecções, os clubes estudam soluções mais ou menos drásticas. Em Leipzig, por exemplo, a equipe da casa pode ficar praticamente em quarentena em suas instalações de treinamento. “Pode ser que durmam no local, mas ainda é um assunto sobre o qual ainda estamos discutindo”, disse o zagueiro Marcel Halstenberg.

Foi apresentado um protocolo pela DFL que evita qualquer contato inútil no momento das partidas: não haverá aperto de mãos nem fotos de grupo, as garrafas de água serão individuais e haverá um assento vazio entre cada jogador no banco, entre outras medidas.

“Teremos que insistir para que os jogadores se acostumem às novas regras”. Nesta segunda-feira, o atacante do Hertha Berlim, Salomon Kalou, divulgou um vídeo em que ele é visto apertando a mão de alguns de seus colegas e funcionários do clube na capital. Em uma declaração subsequente, o Hertha considerou esse comportamento “inaceitável” e suspendeu Kalou (34 anos) com “efeito imediato” por violar as novas regras.

No momento da interrupção da Bundesliga em março, o Bayern de Munique era o líder com quatro pontos de vantagem sobre o Borussia Dortmund. Faltam nove rodadas, além dos playoffs de promoção e rebaixamento. Também faltam ser disputadas as semifinais e a final da Copa da Alemanha.