O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não respondeu às perguntas de jornalistas hoje (8) em Brasília sobre a nomeação de Alexandre Ramagem à direção-geral da Polícia Federal. Em vez disso, em conversa com apoiadores, ironizou a notícia de que ele daria um churrasco — o que iria contra o isolamento social defendido por autoridades de saúde como forma de conter a pandemia do novo coronavírus.
Pouco depois de Bolsonaro passar pela portão do Palácio do Alvorada e não comentar o assunto, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu manter a suspensão da nomeação de Ramagem.
Bolsonaro também não comentou seu compromisso anterior, no Ministério da Defesa, em que se discutiu o decreto de GLO (Garantia de Lei e Ordem) que passa a valer a partir da próxima segunda (11), para conter o desmatamento na Amazônia.
Além de evitar os dois assuntos, o presidente fez piada com o suposto churrasco. Ontem (7), também na porta do Alvorada, o presidente disse que iria “fazer churrasco sábado aqui em casa” para “uns 30 (convidados)”. Hoje, disse que chamaria “3.000 pessoas” para o evento.
Horas depois das declarações do presidente, o Brasil ultrapassou nesta sexta-feira (8) a marca de 700 mortes confirmadas por Covid-19 em um único dia, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde. O país confirmou mais 751 mortes e 10.222 casos, chegando a um total de 9.897 mortes relacionadas à doença e 145.328 casos do novo coronavírus.
Os admiradores de Bolsonaro presentes na entrada da residência oficial ridicularizaram as perguntas dos jornalistas. O presidente não interveio. Antes de Bolsonaro entrar no carro e ir embora, os apoiadores do presidente fizeram uma oração por ele.