Política

Gastos do governo e falta de planejamento no combate ao coronavírus são alvos de críticas

ALE

Davi Davino

A falta de planejamento nas ações de combate ao coronavírus (Covid-19) e os gastos com publicidade pelo Governo do Estado dominaram os discursos de deputados oposicionistas durante a plenária desta terça-feira, 19. O primeiro a se pronunciar foi o deputado Davi Maia (DEM). Ele informou que as denúncias de supostas irregularidade no Lacen (Laboratório Central de Alagoas) foram acatadas pelo Ministério Público Estadual e voltou a cobrar transparência na utilização das verbas publicitárias pelo Executivo.

“Estamos aguardando os vários pedidos de informação que fizemos a respeito dos gastos com comunicação. Uma fortuna para produzir vídeos e propagandas. Esses recursos deixariam o cinema nacional com inveja”, cobrou Maia, afirmando que, dentro de sua prerrogativa parlamentar, está apurando os fatos. “Senhores, a comunicação social desse Governo está falhando. Tanto que mais uma vez alteraram o gráfico do Portal da Transparência”, disse. “Já não sabem mais como explicar os gastos. Simplesmente retiraram os demonstrativos de gastos com comunicação e colocaram como sendo ‘Outros serviços de terceiros'”, informou, acrescentando que ao averiguar a rubrica, descobriu que a mesma se referia a “Comunicação + testes de Covid-19”. “Quase R$ 10 milhões. Gostaria de saber qual a ligação entre comunicação e teste de Covid-19? Fica claro que estão produzindo mais uma fake news“, acusa Davi Maia, ressaltando também que ao averiguar os valores contratuais do Lacen com a Biomega, obteve como resposta que os dados não poderiam ser repassados por se tratar de “informação sigilosa”.

Fake News
O parlamentar também disse estar sendo alvo de fake news (notícias falsas) e acusa o Executivo de estar por trás dos ataques virtuais. Por conta disso, solicitou à Mesa Diretora da Casa que encaminhe tal denúncia à Delegacia Geral de Polícia. “Para que, através da Delegacia de Crimes Cibernéticos, encontre os culpados. Por que só quem levanta os problemas da gestão Renan Calheiros sobre essa pandemia foram atacados?”, questionou Davi Maia.

Assim como o colega de plenário, o deputado Cabo Bebeto (PSL) também fez duras críticas às ações do Estado no enfrentamento e combate à pandemia de coronavírus. Ele falou da falta de compromisso do Governo com a saúde dos alagoanos, taxando-o de negligente, sobretudo na entrega do Hospital Metropolitano. “Um hospital que foi entregue 20 meses depois do prazo e a população recebe somente parte dessa unidade hospitalar”, disse Bebeto, criticando, em seguida, as medidas de isolamento social adotadas pelo Executivo alagoano. “Eu pergunto: qual foi o plano de ação que o Estado realizou em favor daqueles que vivem em situação vulnerável?”.

Ao prosseguir com a fala, o deputado Cabo Bebeto comparou as ações realizadas pelo Governo de Minas Gerais e o de Alagoas, citando como exemplo entrevista concedida pelo governador mineiro Romeu Zema, dando conta que este teria construído um hospital de campanha com mais de 700 leitos, ao custo de pouco mais de R$ 5 milhões.”O Governo do Estado de Alagoas, nesse momento de pandemia, gastou quase R$ 9 milhões só em comunicação. Quase o dobro do que o governo mineiro gastou num hospital de campanha”, comparou Bebeto. “As pessoas estão pagando com a vida e com a saúde pela irresponsabilidade do Governo alagoano”, lamentou o parlamentar, cobrando ainda um plano para a recuperação da economia pós pandemia.

Hidroxicloroquina
Cabo Bebeto acusou ainda o Governo de não determinar, por questões políticas, o uso do medicamento hidroxicloroquina, apesar de reconhecer as divergências entre a classe médica sobre o uso ou não da droga. “O que está claro para mim é que o Governo do Estado está ouvindo apenas uma opinião, a contrária ao uso dessa medicação. Nós temos uma opinião crescente de médicos e prefeituras que estão fazendo uso do medicamento com resultados positivos”, argumentou o parlamentar, que é favorável, assim como o presidente da República, Jair Bolsonaro, que a medicação seja utilizada no tratamento da Covid-19. “Nós temos várias declarações médicas que o uso da hidroxicloroquina, nos primeiros sintomas, diminui e muito a internação. Por que não estamos fazendo isso aqui em Alagoas?”, questiona Bebeto.