A crise no Cruzeiro ganha novos capítulos. A equipe mineira irá iniciar sua campanha na segunda divisão brasileira com seis pontos negativos. A FIFA comunicou ao clube, nesta terça-feira (19 de maio), a punição na pontuação do torneio nacional pelo não pagamento da dívida que o time possui com o Al Wahda, por conta do empréstimo do volante Denilson, em 2016.
A Rádio Itatiaia informa que o clube tinha até segunda (18) para pagar os 850 mil euros (cerca de R$ 5,3 milhões na cotação atual) referentes ao pagamento dessa transação. Houve uma tentativa de negociação quanto ao parcelamento ou adiamento da dívida, mas um acordo não foi atingido.
O volante Denilson chegou em 2016 ao Cruzeiro para tratar uma lesão e acabou sendo adquirido por empréstimo pela equipe. O atleta, porém, atuou somente cinco vezes e a diretoria não fez o pagamento da transação, passando a discutí-lo na Fifa.
O clube divulgou uma nota oficial falando sobre o assunto em seu site oficial. Confira abaixo:
O Cruzeiro Esporte Clube segue trabalhando firmemente para evitar as consequências do não pagamento ao Al-Whada de mais de 5 milhões da dívida pelo empréstimo do volante Denilson, contratado em 2016. O prazo venceu nesta segunda-feira, 18. E por causa deste processo, que não cabe mais recursos na Fifa, o clube celeste pode sofrer a punição de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, a direção do Clube ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial, e o Cruzeiro está finalizando a negociação com o clube dos Emirados Árabes.
As tratativas com o Al-Whada vinham se desenvolvendo positivamente nas últimas semanas, embora a troca iminente na direção do clube, com as eleições para presidente na próxima quinta-feira, 21, também tenham colaborado para dificultar as negociações. Outra dificuldade, além da falta de receitas da Raposa, que teve seus recursos ‘varridos’ na antiga administração, é o atual momento, com a pandemia da Covid-19, o coronavírus.
“Estamos negociando com o Al-Whada e vamos seguir até o último minuto, aguardando um desfecho positivo, para que o Cruzeiro não seja penalizado com a perda de pontos. Estamos vivendo um momento de exceção, em que o mundo está sofrendo com as consequências desta crise com o Coronavírus. Todos sabem da falta de recursos do Cruzeiro e o Clube teve suas receitas ainda mais comprometidas pela situação de pandemia”, explicou Sandro Gonzalez, CEO do Conselho Gestor, falando sobre as negociações com o clube árabe.
“Vínhamos tentando um adiamento para o segundo semestre, mas os dirigentes do Al-Whada foram taxativos. Eles disseram que o processo corre há mais de quatro anos na Fifa e ninguém do Cruzeiro, nenhum dirigente neste período todo, procurou o Al-Whada para buscar um acordo. Eles disseram que se sentiram frustrados e descrentes, e que por isso não poderiam facilitar nada para o Cruzeiro neste momento. Nós explicamos a eles que o clube também foi uma vítima de tudo o que aconteceu nos últimos anos, que agora são outras pessoas que estão à frente da instituição, e que temos a total intenção de resolver. Já tínhamos tratativas avançadas desde a semana passada, e vamos fazer de tudo para evitar qualquer tipo de punição ao Cruzeiro”, ressaltou Sandro.
Os dois pré-candidatos à presidência do Cruzeiro foram comunicados sobre a situação deste processo na Fifa.