Bruno Haddad / Cruzeiro EC
O Cruzeiro, definitivamente, vive um dos momentos mais delicados de seus 99 anos, tanto esportivamente, administrativamente e financeiramente. Na noite da última quarta-feira, foi divulgado o balanço orçamentário do clube referente a 2019 e foi constatado um déficit de R$ 384 milhões. A informação foi publicada inicialmente pelo SuperesportesMG.
O valor indica prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia, levando em conta os 365 dias do ano. O aumento do déficit foi de 539%, se comparado aos números de 2018.
A Raposa teve uma queda considerável nas receitas. A receita líquida passou de R$ 329.118.994 para R$ 280.799.767, levando em conta os números de dois anos atrás. Os valores de publicidade, transmissões de TV, patrocínios, royalties, bilheteria e programa sócio-torcedor também apresentaram queda.
Os números só assustam ainda mais os cruzeirenses, que já haviam sido surpreendidos ao receber informação que o Cruzeiro começará a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos, pelo não pagamento do empréstimo do volante Denilson, contratado do Al Wahda, dos Emirados Árabes em 2016. Imposta pela Fifa, a punição não cabe recurso.
Dentro de campo, a situação também está longe de ser das melhores. Nesta temporada, o Cruzeiro é apenas o quinto colocado no Campeonato Mineiro, com 14 pontos em nove rodadas, fora da zona de classificação. Na Copa do Brasil, a equipe foi derrotada por 2 a 0 para o CRB pela partida de ida da terceira fase, ficando em situação complicada para o jogo de volta fora de casa. Em menos de três meses que a temporada havia começado, antes da pandemia do novo coronavírus, Adilson Batista tinha sido demitido e Enderson Moreira anunciado como treinador.
Nesta quinta-feira, haverá uma eleição presidencial no clube, para decidir quem comandará a Raposa até 31 de dezembro deste ano. São 22 candidatos em disputa.