Coronavírus

Rede hospitalar pública de Alagoas faz 2.009 internações em 60 dias para tratar Covid-19

‘Abertura de leitos adia o colapso, mas uma hora não haverá mais onde criar leitos’, alerta secretário da Saúde, apelando para a consciência da população

A rede hospitalar pública de Alagoas fez, em 60 dias, a internação de 2.009 pacientes em leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 em 18 hospitais, públicos e contratualizados, na capital e no interior do estado. A informação foi repassada em entrevista coletiva online, na noite dessa terça-feira (02), pelo secretário da Saúde, Alexandre Ayres. Ele esteve acompanhado pela secretária executiva do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL), Sylvana Medeiros.

“Completamos, no último dia 30 de maio, dois meses do primeiro leito aberto para enfrentamento da Covid-19 em Alagoas. Só nesse período, são 2009 alagoanos que tiveram acesso a um leito exclusivo Covid num grande esforço comandado pelo governador Renan Filho e a Secretaria de Estado da Saúde, além das secretarias municipais”, citou Ayres.

O secretário de Saúde recordou, ainda, que nesse mesmo período o Governo de Alagoas conseguiu abrir mil novos leitos, ampliando decisivamente a rede hospitalar no estado para tratar os casos da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Mas com 11.559 casos confirmados da doença em todo o estado e 482 óbitos, o secretário segue apelando à população para que respeite as medidas de isolamento social. Ele teme que a curva de contágio se eleve a ponto de colapsar o sistema de saúde, apesar de todo o esforço feito pelo Governo de Alagoas para ampliar a rede hospitalar.

Até essa terça-feira (02), 64% dos 1021 leitos destinados exclusivamente à Covid no estado estavam ocupados. A situação é ainda mais preocupante com as vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que tinham uma taxa de ocupação de 78% ontem. “A gente vem conseguindo adiar esse colapso porque vem abrindo leitos toda semana, mas uma hora não vai mais ter onde abrir leitos e a gente vai, sim, entrar em colapso. Então a população precisa ter essa consciência”, alertou.

“O dever coletivo de cada um tem que falar mais alto. Se todos ficarem doentes ao mesmo tempo – uma tecla que a gente vem batendo constantemente – não vai haver leito para todo mundo e nós teremos uma sobrecarga na rede hospitalar”, acrescentou Ayres.

Sylvana Medeiros falou sobre a situação da Covid-19 nos municípios, que vêm atuando na Atenção Básica e colaborando com o Estado para a abertura de novos leitos destinados ao tratamento da doença. Ela também cobrou maior engajamento da população para conter o avanço do vírus.

“Estamos com a curva de contágio em ascensão”, alertou. “Quanto mais casos nós temos, mais transmissões ocorrem. Então é preciso essa consciência da população de que o isolamento social, por mais penoso que seja, é a única e mais efetiva arma que temos”, acrescentou a representante do Cosems.

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