“Fatores de risco como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade podem gerar algum problema cardiovascular. O acompanhamento médico regular, mesmo em meio à pandemia, tornar-se importante não só no controle das doenças já instaladas, mas, principalmente, na prevenção através da detecção precoce e intervenção nos fatores de risco. Vale uma ligação ao médico, uma consulta virtual, seja como for. Mas não pode deixar para depois cuidados essenciais”, orientou.
Segundo o especialista, além da orientação, caberá ao médico decidir sobre a necessidade do uso de medicações. Alex Barros explicou que a doença periférica, por exemplo, está relacionada com o estreitamento e endurecimento das artérias que realizam o transporte do sangue para os membros inferiores. “Esta síndrome, caracterizada por processo aterosclerótico dos vasos periféricos pode ocasionar obstrução ao fluxo sanguíneo, acarretando isquemias”.
O cardiologista salientou que a maioria dos casos de morte súbita está relacionada com doenças do coração, conhecidas ou não pela vítima. “Em pacientes jovens podem ser ocasionadas por cardiopatia hipertrófica e algumas síndromes. É um desfecho fatal. Daí a necessidade da consulta anual com o profissional na área”, alertou.
De acordo com o especialista, muitas pessoas ainda confundem os sintomas do infarto. “O que mais caracteriza o IAM [Infarto Agudo do Miocárdio] ainda é a dor precordial, na região do peito. A pessoa pode apresentar uma dificuldade ao respirar, palpitações, tontura e até desmaios. No entanto, existem alguns grupos de pessoas, como os diabéticos, idosos, mulheres, revascularizados, pacientes em uso de beta bloqueadores que podem ter sintomas atípicos e que confundem com sintomas gástricos (náuseas, vômitos, tonturas, azia, mal-estar inespecífico). Estes pacientes devem ficar em alerta”, orientou.
Topo da lista – Entre as doenças cardiovasculares que mais matam encontramos o acidente vascular cerebral (AVC), a doença vascular periférica, o infarto agudo do miocárdio, a morte súbita e a síndrome coronariana aguda. A síndrome coronariana aguda nada mais é que a formação de um trombo no interior da artéria coronária, segundo explicou o especialista.
“As placas de gordura na parede das artérias provocam o enrijecimento arterial ao longo do tempo. Essas placas podem se tornar grande o suficiente para reduzir o fluxo sanguíneo. No entanto o maior dano ocorre quando elas se rompem levando a formação de um coágulo, que, por sua vez, pode obstruir a passagem do sangue até o coração”, apostilou Alex Barros.
Apesar de fatores como a predisposição genética, os maus hábitos de vida ainda dominam as estatísticas como principal causa. “Uma alimentação inadequada e rica em gordura saturada é terrível, aliada a diabetes, hipertensão, sedentarismo, sobrepeso e tabagismo pronto”.
O cardiologista do HGE destacou que uma alimentação saudável, aliada à prática de atividade física regular, são medidas importantes que devem ser seguidas para evitar eventos cardiovasculares. “Também se deve evitar o fumo, o álcool precisa ser moderado, manter o peso controlado, realizar atividades que tragam prazer e evitar o estresse”, referiu, reforçando que, independente de pandemia, pode-se cuidar do coração com sabedoria.