Brasil prorrogou o fechamento de suas fronteiras até o fim de de junho
A União Europeia decidiu manter suas portas fechadas para turistas brasileiros. O bloco europeu apontou 14 países cujos cidadãos terão entrada liberada a partir de 1 de julho, e deixou de fora Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
A lista de países considerados “seguros” pela União Europeia, que será revisada constantemente, hoje inclui Argélia, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Geórgia, Japão, Marrocos, Montenegro, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Tailândia, Tunísia e Uruguai.
A China será adicionada a essa lista se o governo chinês oferecer as mesmas condições a viajantes da União Europeia, segundo diplomatas.
Se parece uma decisão simples e objetiva ligada aos números de casos do novo coronavírus nos países, a editora de Europa da BBC, Katya Adler, explica que, na verdade, foi um processo que dividiu opiniões entre os integrantes do bloco e misturou política e economia, além da saúde pública.
Um dos pontos que influenciam esse debate é exatamente quanto cada país depende do turismo, que costuma ganhar força exatamente no meio do ano, durante o verão europeu.
Países como Alemanha e Espanha, horrorizados com a devastação trazida pela covid-19, defenderam uma lista pequena, com países com baixas taxas de infecção, serviço de saúde eficiente e dados confiáveis.
Por outro lado, Grécia e Portugal, ansiosos para impulsionar a recuperação após o coronavírus, queriam uma grande lista de permissões, segundo Adler. São países com um setor de turismo forte e que foram menos marcados por infecções no auge da pandemia do que países próximos, como a Espanha.
Já a França insistiu pela reciprocidade, ou seja, se um país fora da UE estivesse impedindo voos do bloco, não deveriam aparecer na lista.
Destinos preferidos
Fazem parte da União Europeia três dos principais destinos internacionais mais procurados por brasileiros: Portugal, Itália e França.
Os três estão na lista de destinos mais procurados por brasileiros em 2019, segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Os outros países que integram essa lista — Estados Unidos Argentina, Chile e Uruguai — também estão com restrições à entrada de turistas do Brasil.
Os Estados Unidos anunciaram em maio que não permitiriam mais a entrada de estrangeiros que tenham estado no Brasil nos 14 dias anteriores. A regra segue em vigor e inclui outros países, como Portugal, Espanha e Grécia.
A Argentina suspendeu o tráfego aéreo com o Brasil até 17 de julho, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), com permissões apenas para repatriação e voos médicos. Argentinos e residentes no país estão sujeitos a quarentena por 14 dias.
O Uruguai também está com voos suspensos, com exceção da repatriação e de voos humanitários. E o Chile não permite entrada de estrangeiros até pelo menos 2 de julho.
Outros destinos
Destinos internacionais preferidos dos brasileiros estão com restrições à entrada de turistas© Reuters Destinos internacionais preferidos dos brasileiros estão com restrições à entrada de turistas
A princípio, a OMS não indicava haver necessidade de restringir viagens ou fechar fronteiras por causa do coronavírus. Mas a partir do momento em que foi declarada uma pandemia e ficou claro que as viagens internacionais tiveram um papel crucial na propagação da covid-19, mais e mais nações adotaram medidas do tipo.
Até 25 de junho, de acordo com levantamento da empresa Kayak, que oferece pesquisas de viagens online, 117 países haviam restringido completamente a entrada a não cidadãos, enquanto 64 outros países tinham, pelo menos, restrições parciais.
Veja regras em outros países, segundo a Iata:
Na Austrália, a entrada de viajantes que não são residentes também está suspensa. Os tripulantes das companhias aéreas precisam se isolar até o voo seguinte e passageiros em trânsito na Austrália por 8 a 72 horas estão sujeitos a quarentena até o voo de partida.
África do Sul e Egito estão entre os países com voos suspensos, com permissão de entrada apenas para residentes.
Na Ásia, a Índia está com voos suspensos pelo menos até 15 de julho. O Japão não permite a entrada de estrangeiros que venham de dezenas de países, entre eles o Brasil.
No site da Iata, é possível verificar as últimas atualizações das regras impostas por cada país.