Mesmo com o isolamento social, o número de pessoas com traumas de média e alta complexidade, provocados por acidentes no trânsito, continua elevado em Arapiraca e outros municípios do Agreste. Os dados divulgados nesta segunda-feira (6), pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), do Hospital de Emergência do Agreste, mostram que, de março até junho, 2.713 pessoas foram atendidas devido a traumas provocados por conta de acidentes no trânsito.
O levantamento aponta que as quedas e colisões com motos representam mais de 90% das ocorrências.
O relatório também registra o número de pacientes que sofreram agressão física no período. Foram 117 pessoas atendidas devido a agressões com arma branca (faca/facão) e 86 com ferimentos por conta de agressões com arma de fogo.
Esses dados preocupam a direção do maior hospital público do interior de Alagoas, que é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Os números evidenciam a falta de atenção e cuidados dos condutores de veículos nesse período de enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Sobrecarga nos leitos
O consumo de bebidas alcoólicas e o desrespeito às normas do Código de Trânsito Brasileiro são responsáveis, na maioria das vezes, pelas ocorrências de acidentes.
Com isso, as vítimas passam a ocupar leitos e mobilizar profissionais de saúde que poderiam estar atuando diretamente no tratamento de pacientes com o novo Coronavírus.
Outro fato que chama a atenção é de que os pacientes acidentados no trânsito podem se tornar potenciais infectados pela Covid-19, em razão da exposição no ambiente hospitalar.
“Se as pessoas estivessem mais conscientes desses fatores, os acidentes poderiam ser evitados, reduzindo o número de feridos e elevando a maior a disponibilidade de leitos para as vítimas da Covid-19”, explica a gerente-geral do HE do Agreste, Bárbara Fernanda Albuquerque.