Empresários e membros do governo teriam se voluntariado para os testes desenvolvidos sob sigilo
Membros da elite política e empresarial da Rússia foram os primeiros a receber a dose de uma vacina experimental contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida no país.
Segundo a Bloomberg, centenas de pessoas, incluindo altos executivos, magnatas bilionários e funcionários do governo receberam doses da vacina Gamaleya, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya.
O programa, de acordo com fontes ouvidas pela agência, seria legal, mas fora mantido em sigilo para evitar a fuga de possíveis voluntários.
Kirill Dmitriev, diretor no Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), confirmou que ele e sua família tomaram doses da vacina assim como outros voluntários em uma clínica de Moscou associada ao Instituto. Alguns participantes relataram sintomas – incluindo febre e dores musculares – após as injeções.
A Bloomberg descobriu a identidade de dezenas de pessoas que receberam a vacina experimental, mas nenhuma delas permitiu que seus nomes fossem divulgados. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi procurado, mas não respondeu se o presidente Vladimir Putin ou outros membros de seu governo tomaram a vacina.
Alexander Gintsburg, diretor na Gamaleya, no entanto, afirmou à agência de notícias russa Interfax não ter conhecimento sobre a distribuição da vacina entre magnatas. Um assistente do Ministério da Saúde da Rússia seguiu na mesma linha ao informar ao “Moscow Times” que a dose ainda não havia entrado em “circulação civil”.
Segundo a Bloomberg, não ficou claro como os participantes estão sendo selecionados. Sabe-se, porém, que eles não fazem parte dos estudos oficiais financiados pelo RDIF.
Milhares de pessoas na Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos devem receber as doses da vacina que está sendo financiada pelo RDIF. A terceira fase começa no dia 3 de agosto. A segunda fase foi concluída na semana passada com militares. Estima-se que a vacina seja distribuída nacionalmente em setembro.