Ada Adelia Giovine Manrubia ficou 25 dias entubada. 'Ela passou pela gripe espanhola, colocou três próteses na bacia, operou a cabeça aos 99 anos e agora superou a Covid-19. A festa vai ser grande', diz o filho.
Ada Adelia Giovine Manrubia, 103 anos, se recuperou da Covid-19 após ficar 43 dias e 25 deles entubada por conta das complicações respiratórias provocada pela doença. Apesar da idade avançada, ela deve voltar para casa antes do próximo fim de semana. Antes disso, ela vai comemorar 104 anos nesta quarta-feira (5), no Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
Segundo o filho dela, José Ricardo Manrubia, 71 anos, os médicos chegaram a desenganar dona Ada, preparando a família pra se despedir dela. Foi quando decidiram fazer uma videochamada como um último contato com ela, seguindo o isolamento social necessário para evitar o contágio da Covid-19.
“Foi impressionante, quando ela ouviu a nossa voz ela se recuperou. A gente viu ela acenando”, disse o filho, que ainda comemora a força de vontade de viver que a mãe está demonstrando.
Dona Adinha, como é carinhosamente chamada pela família, foi internada no dia 22 de junho e o quadro de saúde dela piorou, sendo necessária a entubação no dia 26 de junho. “Ela se recuperou tão bem que os médicos decidiram extubá-la no dia 21 de julho. Agora ela faz tratamento de fonoaudiologia e fisioterapia para poder voltar para casa”, disse Ricardo.
Ela tem 3 filhos, José Ricardo, Isabel e Heitor, oito netos e sete bisnetos. Quando jovem, se formou em escola de música e dava aulas de piano, profissão que optou em abandonar para cuidar da família.
Ela mora sozinha no Guarujá, no litoral de São Paulo, recebendo cuidados de home care. “Ela chegou a morar com a gente em São Paulo, mas ela quis voltar para o cantinho dela, então preparamos toda a estrutura para ela ficar bem”, disse o filho Ricardo.
Antes da internação, dona Adinha gostava de ouvir música italiana e ficar com a família. Aos 90 anos ela fez aulas de computação para poder usar a internet.
Aos 99 anos ela sofreu uma queda, bateu a cabeça e perdeu os movimentos. “Os médicos disseram que só a cirurgia seria a solução. Ficamos preocupados. Foi quando um dos netos dela resolveu contar para ela que precisaria passar pela cirurgia delicada. Ela demonstrou um otimismo tão grande que falou: ‘é só isso? Então opera logo'”, contou Ricardo.
A recuperação foi delicada e dona Adinha comemorou os 100 anos no hospital. “Não demorou muito e ela voltou a andar normalmente”, disse o filho.
Ricardo está ansioso para receber a mãe em casa. “Ela passou pela gripe espanhola, colocou três próteses na bacia, operou a cabeça aos 99 anos e agora superou a Covid-19. A festa vai ser grande”.