Mas atenção: melhor opção é evitar sair de casa, usar máscara e cumprir as regras de higiene
Profissionais de saúde são unânimes em afirmar que praticar atividades físicas faz muito bem a saúde e bem-estar. Elas previnem doenças, fortalecem a disposição, beneficiam a mente e podem até fortalecer vínculos sociais. Entretanto, durante a pandemia da Covid-19, o Hospital Geral do Estado (HGE) reforça que, se não for condicionada às medidas de segurança contra o contágio da doença, a ação que seria causadora de muitos benefícios, passa a gerar mais agravos e idas às unidades de saúde.
É compreensível que, após cinco meses de isolamento social, o maior desejo agora é sair de casa, nem que seja para fazer aquilo que nunca antes teve vontade, ou tempo de colocar em ação. Para o médico e gerente do HGE, Paulo Teixeira, isso não é ruim, desde que a aglomeração de pessoas seja evitada, o uso de máscara ocorra de forma permanente e a higienização aconteça constantemente.
“Para falar bem a verdade, não é adequado ir a nenhum ambiente diferente nesse momento. Ainda é preferível não sair de casa. Mas, também compreendemos o cansaço mental, somado com a angústia da situação pandêmica aparentemente não melhorar. Por isso, muitos têm furado a quarentena, o isolamento social, em dado momento. Essa conduta, que pode parecer boa, põe em risco pessoas que antes não foram contaminadas justamente por terem cumprido o distanciamento”, alertou.
A infectologista Angélica Novaes reforça que não existe situação cujo risco seja zero para o contágio, ainda que os ambientes sejam abertos e ventilados, como parques e orlas. Ela explica que os locais com grande fluxo de pessoas podem conter o vírus nos objetos e ar, podendo se infiltrar através das fossas nasais, ou ser levado pelas mãos a essa e outras mucosas, como a boca e os olhos.
“É crucial evitar o contato presencial com outras pessoas. Se você vai fazer a sua caminhada na orla, por exemplo, e percebe que está muito movimentada, prefira outro local. Não contribua com a aglomeração de pessoas. Também não realize um treino desgastante, opte por uma atividade leve ou moderada para que a máscara não interfira na respiração. Isso já é suficiente para manter o condicionamento físico, sem prejudicar os outros”, aconselhou a médica.
De acordo com o Ministério da Saúde, a atividade física fortalece ossos e músculos; melhora o condicionamento muscular e cardiorrespiratório, reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, fibromialgia, alguns cânceres, entre outras doenças, melhora a saúde mental e o humor, reduz o estresse e controla a pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue. O exercício físico ainda melhora quadros de depressão, aumenta a autoestima e a sensação de bem-estar, a expectativa de vida, melhora a qualidade do sono, controla o peso, mantém a autonomia nas atividades diárias e prevê o risco de quedas para pessoas de terceira idade.
Neste momento, Alagoas está em fase de reabertura econômica, com os municípios do interior cumprindo normas mais exigentes contra a disseminação do novo coronavírus. Em Maceió, as atividades físicas individuais, como caminhada, corrida e ciclismo, além de banho de mar estão permitidas. No entanto, a permanência na areia, com uso de cadeiras, guarda-sóis, caixas térmicas e ambulantes, permanece proibida. Os parques infantis, academias ao ar livre e quadras esportivas também seguem fechados.
“É preciso ter bom senso. Está permitido caminhar na rua, mas, se observar que está muito movimentada, então deixe para outro horário, ou faça a atividade em outro espaço, mais afastado das outras pessoas. Caso contrário, mais cidadãos poderão adoecer e buscarão atendimento nas unidades de saúde. Com os hospitais cheios, a balança tenderá a cair contra a reabertura econômica e exigirá mais endurecimento do isolamento social”, pontuou o gerente do HGE, Paulo Teixeira.